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Ex-primeiro-ministro Sharif atrai tanto oposição quanto o regime paquistanês
Islamabad, 13 jan (EFE) - Tanto o partido opositor da líder assassinada Benazir Bhutto quanto as forças governamentais estão se aproximando do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que se tornou peça fundamental na campanha para as eleições de 18 de fevereiro no Paquistão.
Mesmo com sua Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) sendo somente a quarta maior legenda do Parlamento que será destituído, Sharif é agora o único rosto claro da oposição no país, após Bhutto ter morrido em um atentado cometido no dia 27 de dezembro.
A morte da principal líder opositora, que havia retornado ao Paquistão após chegar a um acordo de divisão de poder com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, obrigou todos os partidos a replanejar as estratégias e a pensar em novos possíveis aliados.
Nesta semana, Sharif fez um gesto de aproximação com o Partido Popular do Paquistão (PPP) agora liderado pelo viúvo da ex-chefe de Governo, Asif Ali Zardari, ao defender a formação de um Executivo de "coalizão nacional" após 18 de fevereiro.
Embora Sharif continue questionando a possibilidade de haver eleições limpas sob o regime de Musharraf, também deu início a contatos com delegados governamentais.
Pela segunda vez na semana, seu irmão e presidente formal do PML-N, Shahbaz Sharif, se reuniu no sábado com um assessor de Musharraf, Niaz Ahmad, que lhe transmitiu uma proposta do presidente de formar um Governo de união nacional até o pleito, segundo uma fonte da legenda citada hoje pelo jornal "Dawn".
A formação desse Executivo era uma das exigências do PML-N, que também pedia a renúncia de Musharraf.
De acordo com esta versão, o presidente paquistanês ofereceu a Shahbaz um posto tanto nesse Governo interino como no que será formado após as eleições, e pediu ao PML-N que "amenize o tom" contra o chefe de Estado durante a campanha.
Shahbaz respondeu que deve conversar com seu irmão Nawaz, segundo a fonte, apesar de a versão divulgada à imprensa no fim da reunião ter sido a de que se tratou de uma "visita de cortesia" que não deve ser interpretada como um "movimento político".
Enquanto isso, um tribunal decidiu adiar no sábado as audiências sobre as acusações de corrupção contra os dois irmãos para depois das eleições de fevereiro, para evitar "gerar mais confusão" no atual cenário político.
Outra corte de Lahore adiou para 22 de janeiro as vistas de um processo de assassinato em 1998 no qual Shahbaz estaria envolvido. Na época, ele governava a província de Punjab, enquanto seu irmão ocupava a chefia do Governo nacional.
Musharraf tirou Sharif do poder em um golpe de Estado em 1999 e enviou-o ao exílio, do qual só retornou em novembro.
O ex-primeiro-ministro - que não conseguiu se apresentar como candidato para as eleições - recebeu também ofertas de coalizão por parte do PPP.
No sábado, o viúvo de Bhutto afirmou em entrevista a uma emissora de rádio americana que, caso seu partido vença as eleições, buscará um "Governo nacional" com outras legendas e reconheceu que o PPP entrou em contato com a Liga de Sharif.
"Tentaremos uma coalizão com o PML-N", confirmou à Agência Efe outro membro do PPP.
"A Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q, a formação governista) é um partido de perdedores, terão muito poucos votos se as eleições forem livres", disse um integrante do PPP de Lahore, Tariq Jawed.
Outra fonte do partido admitiu que Zardari não pode substituir Benazir "completamente", mas descartou uma divisão no seio da legenda e disse que acredita que conseguirão conquistar dois terços do voto popular.
O certo é que a Liga governamental optou por uma dura campanha anti-Zardari, principalmente na importante província de Punjab.
Trata-se da região mais povoada do Paquistão, onde se decidirá a grande batalha eleitoral, em uma área onde o partido com mais raízes é o de Sharif.
Segundo uma fonte do partido governamental citada pela publicação "The Nation", o PML-Q tentará neutralizar o PPP insistindo em que Zardari, que nasceu na província de Sindh, sul do Paquistão, está fazendo uma campanha "anti-Punjab". Em cada comício, desde que a campanha eleitoral recomeçou, o líder do PML-Q no Punjab, Chaudhry Elahi, não deixa de lembrar o histórico corrupto de Zardari e de acusá-lo de estar por trás do assassinato de sua esposa.
Mesmo com sua Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) sendo somente a quarta maior legenda do Parlamento que será destituído, Sharif é agora o único rosto claro da oposição no país, após Bhutto ter morrido em um atentado cometido no dia 27 de dezembro.
A morte da principal líder opositora, que havia retornado ao Paquistão após chegar a um acordo de divisão de poder com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, obrigou todos os partidos a replanejar as estratégias e a pensar em novos possíveis aliados.
Nesta semana, Sharif fez um gesto de aproximação com o Partido Popular do Paquistão (PPP) agora liderado pelo viúvo da ex-chefe de Governo, Asif Ali Zardari, ao defender a formação de um Executivo de "coalizão nacional" após 18 de fevereiro.
Embora Sharif continue questionando a possibilidade de haver eleições limpas sob o regime de Musharraf, também deu início a contatos com delegados governamentais.
Pela segunda vez na semana, seu irmão e presidente formal do PML-N, Shahbaz Sharif, se reuniu no sábado com um assessor de Musharraf, Niaz Ahmad, que lhe transmitiu uma proposta do presidente de formar um Governo de união nacional até o pleito, segundo uma fonte da legenda citada hoje pelo jornal "Dawn".
A formação desse Executivo era uma das exigências do PML-N, que também pedia a renúncia de Musharraf.
De acordo com esta versão, o presidente paquistanês ofereceu a Shahbaz um posto tanto nesse Governo interino como no que será formado após as eleições, e pediu ao PML-N que "amenize o tom" contra o chefe de Estado durante a campanha.
Shahbaz respondeu que deve conversar com seu irmão Nawaz, segundo a fonte, apesar de a versão divulgada à imprensa no fim da reunião ter sido a de que se tratou de uma "visita de cortesia" que não deve ser interpretada como um "movimento político".
Enquanto isso, um tribunal decidiu adiar no sábado as audiências sobre as acusações de corrupção contra os dois irmãos para depois das eleições de fevereiro, para evitar "gerar mais confusão" no atual cenário político.
Outra corte de Lahore adiou para 22 de janeiro as vistas de um processo de assassinato em 1998 no qual Shahbaz estaria envolvido. Na época, ele governava a província de Punjab, enquanto seu irmão ocupava a chefia do Governo nacional.
Musharraf tirou Sharif do poder em um golpe de Estado em 1999 e enviou-o ao exílio, do qual só retornou em novembro.
O ex-primeiro-ministro - que não conseguiu se apresentar como candidato para as eleições - recebeu também ofertas de coalizão por parte do PPP.
No sábado, o viúvo de Bhutto afirmou em entrevista a uma emissora de rádio americana que, caso seu partido vença as eleições, buscará um "Governo nacional" com outras legendas e reconheceu que o PPP entrou em contato com a Liga de Sharif.
"Tentaremos uma coalizão com o PML-N", confirmou à Agência Efe outro membro do PPP.
"A Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q, a formação governista) é um partido de perdedores, terão muito poucos votos se as eleições forem livres", disse um integrante do PPP de Lahore, Tariq Jawed.
Outra fonte do partido admitiu que Zardari não pode substituir Benazir "completamente", mas descartou uma divisão no seio da legenda e disse que acredita que conseguirão conquistar dois terços do voto popular.
O certo é que a Liga governamental optou por uma dura campanha anti-Zardari, principalmente na importante província de Punjab.
Trata-se da região mais povoada do Paquistão, onde se decidirá a grande batalha eleitoral, em uma área onde o partido com mais raízes é o de Sharif.
Segundo uma fonte do partido governamental citada pela publicação "The Nation", o PML-Q tentará neutralizar o PPP insistindo em que Zardari, que nasceu na província de Sindh, sul do Paquistão, está fazendo uma campanha "anti-Punjab". Em cada comício, desde que a campanha eleitoral recomeçou, o líder do PML-Q no Punjab, Chaudhry Elahi, não deixa de lembrar o histórico corrupto de Zardari e de acusá-lo de estar por trás do assassinato de sua esposa.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/190639/visualizar/
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