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Internacional
Sábado - 12 de Janeiro de 2008 às 21:36

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Ao mesmo tempo em que a Colômbia celebra a libertação de três reféns que estavam em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colombia (Farc), poucos no país são otimistas que as cerca de 40 pessoas ainda em poder do grupo vão ser libertadas em breve.

"Levou seis anos para que as Farc libertassem essas mulheres (Clara Rojas e Consuelo Gonzalez, além do garoto Emmanuel Rojas) e mesmo assim foi uma tentativa cínica de conquistar apoio internacional e pressionar o presidente", diz Fábio Ramirez, 40 anos, um executivo de Medelin.

"Agora vão querer alguns de seus assassinos soltos das cadeias."

As Farc ainda exigem que dois municípios na província de Cauca (sudoeste do país) sejam desmilitarizados para que se iniciem negociações para a libertação dos demais reféns.

Pressão Mas essa seria uma concessão que o presidente Álvaro Uribe rejeitou com firmeza.

No entanto, com a liberdade dos três, Uribe vai sofrer uma pressão considerável, não apenas do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que teve seu papel de mediador cancelado em novembro pelo governo colombiano, mas também do líder francês, Nicolas Sarcozy, que decidiu que a libertação da refén Ingrid Bettencourt (que possui também nacionalidade francesa) seria uma das prioridades de sua administração na esfera internacional.

Washington também deve exercer pressão, por querer ver o retorno de três de seus agentes secretos capturados pelos guerrilheiros em 2002.

"As Farc colocaram o assunto da troca de prisioneiros por reféns na agendas nacional e internacional", diz Roman Ortiz, analista do instituto de estudos Fundación Ideas para la Paz, de Bogotá.

"E a pressão aumenta sobre o presidente Uribe para que ele crie locais seguros para a negociação, como exige a guerrilha."

Chávez

Chávez não deve ser nomeado mediador novamente, por não ter informado Bogotá dos detalhes de suas negociações com os guerrilheiros.

E seu recente apelo para que a Europa remova as Farc da lista de instituições terroristas criou um atrito com Uribe que deve ser difícil de ser superado.

Enquanto Chávez disse que os guerrilheiros possuem legitimidade política, Uribe freqüentemente os descreve como "terroristas" ou "narcoterroristas".

Historicamente Uribe sempre se posicionou contrário à troca de prisioneiros, dizendo acreditar que isto iria estimular o número de seqüestros e abalar a moral das forças que se empenham em capturar os guerrilheiros.

Ele disse também que não libertaria prisioneiros apenas para que eles possam voltar a se juntar novamente a grupos rebeldes na selva.

Isso pode ser exatamente o que as Farc querem, já que precisam substituir comandantes mortos em batalhas.

Entre as centenas de rebeldes nas cadeias, há uma vasta quantidade de experiência e liderança de que o movimento necessita desesperadamente no momento.




Fonte: BBC Brasil

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