Juiz decreta prisão de Geraldo Palmeira e Delfino Cesar
O juiz José de Arimatéia, da 15ª Vara Criminal, que responde hoje pela 3ª Vara Criminal, decretou a prisão do ex-juiz da Vara de Execução Penais de Mato Grosso, José Geraldo da Rocha Palmeira, e do ex-coordenador do sistema prisional do Estado, Cesarino Delfino Cesar, por suposta prática de obstrução da instrução criminal. Também foi decretada a prisão de uma advogado que supostamente teria atuado na defesa de Palmeira.
Palmeira e Cesarino, em conjunto com o então promotor de Justiça, Mauro Delfino Cesar, atualmente procurador, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual de facilitar a fuga de traficante perigosos, de permitir a liberação de detentos e detentas para supostas práticas de orgias sexuais, de receber carros de luxo e até linhas telefônicas como pagamento de favores entre outros crimes.
No caso mais rumoroso, Palmeira, que foi juiz da Vara de Falência e Concordata de Cuiabá, foi acusado de ter participado de uma manobra elaborada para facilitar a fuga da traficante internacional Maria Luiz Almirão, a “Branca”, em 1996, à época em que respondia pela Vara Criminal.
Branca foi presa numa fazenda localizada na região de Alto Araguaia, Sul do Estado, onde tinha montado um laboratório para refino de cocaína. Ela foi condenada a 21 anos de prisão. A manobra facilitaria a fuga da traficante durante transferência autorizada pelo juiz Palmeira para o município de Atalaia (AL), onde supostamente moravam parentes da traficante. Segundo a acusação, um juiz daquele município também estaria envolvido no esquema.
Palmeira foi aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça, em novembro de 2004, por 19 votos a um. Cesarino foi demitido a bem do serviço público após as denúncias do MP. Mauro Delfino quase perdeu o cargo no âmbito interno do MP, mas o Colégio de Procuradores decidiu mantê-lo como promotor, apesar de o então corregedor geral de Justiça, Attílio Ourives, ter sustentado as suas acusações.
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