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Cidades/Geral
Quinta - 10 de Janeiro de 2008 às 02:41

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Os produtores do município de Guiratinga (334 quilômetros de Cuiabá) estão preocupados com um foco de raiva bovina na região. Até o momento mais de 60 animais já morreram contaminados com a doença e mais de 15 propriedades foram notificadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). A confirmação do foco foi feita após exames laboratoriais realizados pelo Laboratório de Apoio à Saúde Animal (Lasa) da própria instituição, em Cuiabá.

O médico veterinário e responsável pela unidade do Indea na região, João Bosco, disse à reportagem do site da TV Centro América que os animais começaram a morrer em novembro do ano passado. Desde então, segundo ele, o número de animais infectados pela raiva está cada vez maior no município. Oito propriedades onde foram confirmadas as mortes estão interdidatas e proibidas de realizar o trânsito de animais.

"A primeira notificação foi feita na fazenda Pratalina I, quando mais de 15 bovinos morreram. A partir daí os animais de outras propriedades também registraram a doença. Em uma delas já foram constatadas as mortes de mais de 25 cabeças de gado", revelou João Bosco. O veterinário disse ainda que este foco é o que mais matou animais nos últimos quatro anos na região. Em 2003, cerca de 153 animais morreram contaminados pela doença.

Raiva bovina

O principal transmissor da raiva bovina é o morcego hematófago. Ele transmite o vírus rábico pela saliva quando se alimenta do sangue dos animais. Além dos bovinos, a doença ataca caprinos, eqüinos, suínos e ovinos. Um dos primeiros sintomas da raiva bovina é a paralisia dos membros e o aumento da salivação. Entre os sintomas também estão a apatia, isolamento do rebanho, agressividade e dificuldade para se alimentar.

O médico veterinário explicou que apesar da vacinação contra a raiva bovina não ser obrigatória no Estado nem no país, acaba sendo necessária, porque sem ela fica quase impossível a criação de bovinos. "É necessário que o produtor realize a vacinação durante todo o ano nos animais, para que eles não sejam contaminados", recomendou.

O responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros no Estado, Alisson Cericato, destacou que a vacinação se faz obrigatória apenas nas propriedades vizinhas em um raio de 15 quilômetros do foco. Caso os animais não sejam vacinados, é aplicada uma multa de R$ 58 por cabeça de gado. "Estamos realizando a vacinação em todas as fazendas próximas do foco", informou.

João Bosco afirmou que para tentar combater a doença, os médicos veterinários do órgão estão percorrendo todas as propriedades localizadas na região, com a tentativa de conscientizar os produtores sobre o assunto. A raiva bovina é uma doença que não tem cura e pode ser transmitida ao homem.

Riscos e prejuízos

A doença atinge algumas regiões de Mato Grosso e causa prejuízos para os pecuaristas, além de ser um grave problema para a saúde pública. No entanto, segundo Bosco, o risco é mínimo para o ser humano. Ele alerta que o grande problema não estaria na ingestão da carne contaminada, mas sim o contato que o produtor possui durante o manejo. "Os produtores acabam tendo contato com a baba do gado e, por ser espumosa, é contaminado. Se isso acontecer, a pessoa deve procurar um Centro de Saúde e receber a vacinação", disse.

O município de Guiratinga possui cerca de 134 mil cabeças de gado. O produtor pode adquirir a vacina nas casas agropecuárias por um valor mínimo. "É importante para o pecuarista realizar a vacinação pois quem perde são eles". De acordo com o Indea, os municípios que apresentam mais focos da raiva bovina são os localizados na região sul e sudoeste de Mato Grosso.





Fonte: Diário da Notícia

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