PF prende acusados de clonar cartões e fazer saques bancários em Cuiabá

A Polícia Federal prendeu ontem à tarde (8), em Cuiabá, dois homens acusados de fraudar cartões eletrônicos de banco e praticar saques em várias contas de duas agências bancárias da capital.

Adriano Corrêa Santos (27) e Fábio Aguiar de Oliveira(28) são de Belém do Pará. Eles foram presos em flagrante no aeroporto internacional Marechal Cândido Rondon, em Várzea Grande, quando tentavam embarcar de volta para o estado do Pará. Nas malas estavam vários equipamentos eletrônicos, 25 cartões de vários bancos e R$ 10 mil em dinheiro vivo, sacados de contas em Cuiabá.

A Polícia Federal já estava investigando o caso, mas eles foram denunciados pelo aparelho de Raio-X do aeroporto, que detectou os equipamentos eletrônicos. Ao abrir as malas os policiais encontraram todo o material e fizeram a prisão em flagrante.

Os dois estavam na capital de Mato Grosso há quatro dias. Durante esse período eles instalaram um equipamento conhecido como 'chupa-cabra', em vários caixas eletrônicos. Com esse equipamento eles copiavam os dados de cartões telefônicos das vítimas. Depois de observar o cliente durante a operação bancária eles descobriam as senhas das contas e clonavam os cartões.

De posse de todos os dados copiados pelo 'chupa-cabra' os dois fraudadores voltavam ao hotel, e com a ajuda de um computador portátil eles fabricavam um cartão eletrônico idêntido ao da vítima. Depois voltavam aos bancos, tiravam um extrato bancário para conferir o saldo e em seguida efetuavam os saques.

Mercado de cartões

Segundo o delegado Erick Blatt, da Delegacia de Imigração da Polícia Federal de Cuiabá, os dois fraudadores adquiriam os cartões em locais onde ficam documentos perdidos ou compravam de adolescentes que praticam pequenos assaltos nas ruas. "Em posse desses cartões magnéticos, por intermédio de equipamentos eletrônicos eles limpam a tarja magnética do cartão e inserem os dados daqueles clientes que serão vítimas do golpe", explicou. A partir daí os fraudadores conseguem concluir o golpe, fazendo saques em quantos contas quiserem.

Segundo o delegado, até o momento, não há indícios de que os dois paraenses presos hoje em Mato Grosso tenham ligação com outras quadrilhas. "Tudo indica que eles agiam por conta própria. Com os conhecimentos que tinham de informática, resolveram montar os equipamentos e aplicar os golpes". Os dois não são parentes. Eles disseram que esta é a primeira vez que vieram a Cuiabá, mas já realizavam esse tipo de golpe há dois anos.

Os dois homens presos hoje são estudantes universitários. Eles foram encaminhados para o presídio do Carumbé em Cuiabá, onde ficarã à disposição da justiça. Eles irão responder a processo por furto. O inquérito será instaurado pela Delegacia Fazendária da Polícia Federal.