Pai que esqueceu filho em carro diz que estava estressado
O pai que esqueceu o filho de 2 anos dentro do carro em Porto Alegre prestou depoimento na segunda-feira (7). Segundo reportagem do jornal "Zero Hora", ele disse à polícia que estava estressado, com sobrecarga de serviço.
A criança ficou duras horas no veículo e teria chegado sem vida ao hospital. A suspeita é de que ela morreu por asfixia.
Segundo o delegado substituto da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima da capital gaúcha, Andrei Luiz Vivan, o pai, um funcionário público de 60 anos, confirmou que esqueceu o filho trancado no automóvel.
O delegado disse que, de acordo com a investigação, o pai almoçou em casa, com a mulher e o filho. Ele teria colocado o bebê no carro, já dormindo, amarrado à cadeira de segurança. O funcionário público costumava deixar o filho na creche todos os dias, mas ele não foi até a unidade de ensino na sexta-feira e estacionou o veículo no pátio do prédio onde trabalha, sem lembrar que a criança estava no automóvel. Ele só teria percebido o erro no fim da tarde, quando saiu do trabalho.
"Ocorreu o esquecimento. Preliminarmente, [o pai] será indiciado por homicídio culposo [sem intenção]", disse o delegado à reportagem do jornal "Zero Hora".
O funcionário público não quis falar com jornalistas. Um parente afirmou que ele era um pai dedicado.
O inquérito policial deve ser concluído em 30 dias.
Outros casos
Em abril de 2007, o menino Gustavo, de 1 ano e 4 meses, morreu após ser esquecido dentro do carro pelo próprio pai, o biólogo Ricardo Garcia, de 31 anos, na garagem do edifício em que moram em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
Pela manhã, Ricardo saiu para levar a mulher ao trabalho, com o filho no banco traseiro do veículo. Quando voltou para o prédio, estacionou o carro na garagem e subiu para o seu apartamento. Ricardo disse que foi dormir devido a uma dor de cabeça e teria se lembrado da criança por volta do meio-dia, após conversar com a mulher pelo telefone. Ele seguiu até o carro e o encontrou desacordado. O bebê chegou a ser socorrido em um hospital, mas morreu.
Ainda em abril de 2007, uma criança de 2 anos foi encontrada morta em Altamira, no Pará. Segundo a família, o menino teria entrado no táxi do avô para brincar. O veículo estava estacionado em frente da casa da criança e ninguém teria notado a falta dela. Duas horas depois, foi encontrado sem vida e deitado no banco do carro.
Em abril de 2006, um bebê de 1 ano e 3 meses morreu com queimaduras de primeiro e segundo graus pelo corpo, após ter ficado sete horas dentro do carro. Segundo a polícia, ele foi esquecido pelo pai em um estacionamento em Santana, na Zona Norte de São Paulo.
Na época, o pai de 35 anos disse em depoimento que havia esquecido de deixar o filho na creche e foi direto para o trabalho, estacionou e esqueceu a criança. Só retornou ao final do expediente.
O menino foi levado ao hospital, mas chegou sem vida ao local. As queimaduras foram provocadas pelo sol. O pai foi indiciado por homicídio culposo.
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