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Saúde
Segunda - 07 de Janeiro de 2008 às 17:51

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Uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, revelou que a circuncisão masculina não reduz o prazer sexual e que, por isso, não restariam argumentos contra a utililização do método como forma de ajudar na prevenção da Aids.

Os pesquisadores da universidade americana recrutaram quase 5 mil homens em Uganda. Metade deles era circuncisada.

Os dois grupos relataram pouca diferença quando questionados em relação ao desempenho e satisfação sexual.

Outras pesquisas sugerem que a circuncisão, operação que consiste na remoção do prepúcio do pênis, pode diminuir em até 50% as taxas de infecção pelo HIV.

Mesmo assim, há relutância entre os homens em se submeter à operação por causa de temores de que a circuncisão afetaria a experiência sexual.

"Nosso estudo mostra claramente que ser circuncisado não tem efeito adverso para os homens (nas relações sexuais), quando comparados aos homens que ainda não se submeteram ao procedimento", disse o professor Ronald Gray, que liderou a pesquisa.

"Outros estudos já mostram que dar aos homens garantias de que o procedimento não vai afetar sua satisfação sexual aumenta a probabilidade de que eles façam a circuncisão", acrescentou.

A pesquisa foi publicada na revista especializada BJU International.

Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins afirmam que o tamanho deste último estudo e o perfil demográfico dos participantes faz com que esta pesquisa seja a mais confiável até o momento.

Ao analisar os resultados, os pesquisadores notaram pequenas diferenças nas taxas de satisfação sexual entre os dois grupos, mas estas diferenças são tão pequenas que não seriam significativas em termos clínicos.

Cerca de 98,4% dos homens circuncisados relataram satisfação sexual plena, comparados aos 99,9% do outro grupo.

Entre os circuncisados, 98,6% não relataram problemas na penetração, comparados com os 99,4% do grupo dos não circuncisados.

Prevenção da Aids

A circuncisão pode proteger contra o vírus da Aids por várias razões.

Células específicas no prepúcio podem ser alvos potenciais para a infecção pelo HIV. Depois de uma circuncisão, a pele abaixo do prepúcio pode ficar menos sensível e a probabilidade de sangramentos no local pode cair - o que diminui o risco de infecção.

Mas, organizações de caridade que trabalham com prevenção e combate à Aids afirmam que apenas a circuncisão não é 100% eficaz na prevenção da doença.

"Existe o temor de que as pessoas que foram circuncisadas possam se sentir protegidas do HIV, e elas não estão (protegidas)", disse Deborah Jack, presidente executiva da organização britânica National Aids Trust.

"Preservativos ainda são a melhor forma de prevenção do HIV durante a relação sexual. É preciso lembrar que as pesquisas que relacionam HIV e circuncisão ainda são de alcance limitado", acrescentou.





Fonte: BBC Brasil

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