Mais 7 indústrias de arroz podem fechar este ano em MT
O presidente do Sindicato da Indústria do Arroz (Sindarroz), Joel Gonçalves Filho, destaca que pior ainda que a queda na safra do grão é o fato de a Conab estar com os estoques zerados. Segundo Gonçalves, mesmo sendo um arroz de pouca qualidade, o grão oferecido pela Conab atendia as exigências do mercado do Nordeste, que aceita um arroz tipo 2 ou 3 e com maior índice de quebrados. O Nordeste é o maior mercado abastecido pela indústria de Mato Grosso. Só o consumo de Mato Grosso não é suficiente para manter toda a indústria em funcionamento.
Além disso, Gonçalves lembra que a Conab existe principalmente para regular os preços de mercado. Como já se prevê falta de produto, o preço acaba subindo, porque o produtor que tem o grão para oferecer acaba o valorizando. "Perdemos a arma de regulagem de preço que tínhamos". O presidente do Sindarroz diz que a indústria local vai trabalhar com cerca de 40% de capacidade ociosa.
Tentando já se precaver de futuros problemas, o Sindarroz propôs ao governo do Estado que desonere o arroz em casca que for trazido de fora para ser beneficiado em Mato Grosso, como acontece nos Estados de Goiás e Tocantins. Gonçalves destaca que não há intenção de prejudicar o produtor local, por isso mesmo essa desoneração só aconteceria em períodos de entressafra, em casos de excepcionalidade quando houvesse falta do produto. Ainda não houve uma resposta, mas o Sindarroz acredita que ela será positiva.
A safra 07/08 de arroz em Mato Grosso deve ser 13% menor que a passada, segundo estimativas da Conab. No plantio anterior foram colhidas 734 mil toneladas. Para a safra atual a previsão é de 634 mil toneladas. Há três anos a safra foi de 2 milhões de toneladas.
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