Síndrome de Down dá pista sobre gene que combate o câncer
Os portadores da síndrome de Down, uma das deficiências mentais de origem genética mais comuns no mundo, podem carregar em seu DNA uma pista importante para vencer o câncer. Um novo estudo revela que a mesma anomalia genética que deu a elas sua deficiência mental também lhes conferiu uma cópia extra de um gene que as protege do câncer.
A pesquisa, coordenada por Roger Reeves, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, estudou camundongos que servem de modelo para as pessoas que têm síndrome de Down. Em humanos, o problema é causado pela presença de uma cópia a mais de uma das estruturas que abrigam o DNA, o cromossomo 21 (as pessoas sem a síndrome têm duas cópias de cada cromossomo, enquanto os portadores da síndrome possuem três cópias).
Para simular a doença nos roedores, os cientistas usam roedores com três cópias de parte do cromossomo 16 dos camundongos -- o correspondente evolutivo da maioria dos genes envolvidos na síndrome de Down humana. Os pesquisadores cruzaram esses animais com outro tipo de camundongo, usado como modelo para estudar o câncer humano, e viram que os filhotes que carregavam o material genético extra, ligado à síndrome de Down, sofriam menos de câncer do que se esperaria.
Ao examinar os genes envolvidos no cruzamento, Reeves e seus colegas descobriram que um único gene, o Ets2, teve sua ação aumentada pela presença de três cópias e estave relacionado ao efeito protetor contra o câncer. Os cientistas sugerem que aumentar a expressão (ativação) desse gene pode ser um caminho para prevenir o câncer em pessoas sem a síndrome.
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