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Internacional
Quinta - 03 de Janeiro de 2008 às 19:04

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Des Moines (Iowa), 3 jan (EFE).- O estado de Iowa dá início nesta quinta-feira ao processo de escolha dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos mais concorrido em décadas, após uma campanha marcada pela retórica populista que não gerou uma liderança clara em nenhum dos dois lados em disputa.

Os "caucus" - reuniões de eleitores nos cerca de 1.800 distritos eleitorais de Iowa para escolher seus favoritos à Casa Branca - chegam após meses de campanhas, nos quais os "presidenciáveis" brigaram por cada voto.

Bruce Gronbeck, diretor do departamento de Cultura Política da Universidade de Iowa, acredita que a incomum corrida pela Casa Branca obedece a vários fatores.

O professor explicou à Agência Efe que a ausência de um favoritismo claro no Partido Democrata é fruto dos atrativos dos três principais candidatos: Hillary Clinton, Barack Obama e John Edwards.

"Os eleitores vêem que os três são figuras fortes e não sabem por quem se decidir", afirmou o estudioso.

Entre os republicanos ocorre o contrário: "Não há um líder claro porque nenhum demonstrou ainda ter as características adequadas para unir os diferentes grupos de eleitores conservadores", disse.

Gronbeck afirmou que, independentemente do que acontecer em Iowa, há cinco "presidenciáveis" - Clinton, Obama e Edwards entre os democratas, e Rudy Giuliani e Mitt Romney no bloco republicano - com dinheiro suficiente para manter fortes campanhas até março, quando as eleições primárias serão realizadas em outros locais.

Em outro marco desta corrida eleitoral, um bom número de estados com população e peso suficientes para ser determinante na seleção dos candidatos realizará as primárias até o início de fevereiro.

É o caso de Michigan, Califórnia, Illinois, Nova York e Flórida - onde o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani concentrou boa parte de seus esforços.

Por serem muito grandes, a campanha nesses estados é muito mais cara, daí a importância de se ter boas reservas de dinheiro.

De qualquer maneira, não falta quem afirme que a ausência de favoritos no dia dos "caucus" é sem precedentes.

Para Tim Hagle, professor de Ciências Políticas da Universidade de Iowa, o fator decisivo será a participação dos eleitores, que deve alcançar números recorde, principalmente entre os democratas do estado rural, de cerca de 3 milhões de habitantes.

Os aspirantes à Casa Branca sabem que os resultados podem depender de decisões como a de Annie Thiel, funcionária de um hotel da capital, Des Moines, que vai esperar para ver o frio que fará esta noite para decidir se participa ou não dos "caucus" pela primeira vez.

Sabendo que o frio determinará a participação de muitas pessoas, os candidatos fizeram um grande esforço para facilitar a vida dos eleitores.

Apesar de alguns contarem com milhões de dólares suficientes para prosseguir na briga por um lugar nas eleições presidenciais, uma vitória em Iowa ajudará os aspirantes com destaque na imprensa, mais contribuições e um grande impulso para o restante das primárias.

Por outro lado, a derrota pode pôr fim às ambições políticas de alguns dos concorrentes.

Por isso, a campanha de Hillary conta com 5 mil motoristas para transportar hoje os residentes de Iowa aos locais onde as primárias serão realizadas. Obama também oferece serviços de transporte e pizza de graça.

Os esforços de última hora também incluíram um show do republicano Mike Huckabee, guitarrista amador, junto ao ator Chuck Norris, e um comício eleitoral de John Edwards que contou com a presença do roqueiro John Mellencamp.

Durante o evento, Edwards encorajou seus partidários a recuperarem a democracia que as "gananciosas" empresas do país roubaram.

As chamadas de Obama por "esperança e mudança"; o apelo eleitoral de Hillary às eleitoras do estado, que poderiam ajudá-la a se tornar a primeira mulher presidente; e as promessas de Romney de transformar Washington em um lugar "eficiente" também marcaram os últimos momentos de campanha.

"Trata-se da maior campanha para mobilizar os eleitores na história de Iowa", concluiu Gordon Fischer, ex-presidente do Partido Democrata no estado.




Fonte: EFE

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