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Internacional
Quarta - 02 de Janeiro de 2008 às 20:57

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Caracas, 2 jan (EFE).- O processo de resgate dos três reféns seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e idealizado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, permanece estagnado, com todas as atenções voltadas para o mistério envolvendo o menino Emmanuel. Dois dias após Chávez dizer que a guerrilha não podia entregar os seqüestrados por causa de supostas operações militares, mas também que o processo continuava "em andamento", o Governo venezuelano mantém silêncio sobre a situação.

Nos últimos dois dias, nenhuma fonte oficial venezuelana fez comentários a respeito das negociações, que ficaram indefinidas, após o amplo desdobramento da semana passada.

Os familiares dos três reféns, Clara Rojas, seu filho Emmanuel - nascido em cativeiro - e a ex-congressista Consuelo González de Perdomo estão em Caracas à espera da entrega e não fizeram hoje declarações, nem saíram do hotel onde estão hospedados.

Na terça-feira o irmão de Clara Rojas, Ivan, anunciou que ele e a mãe decidiram se submeter a testes de DNA para esclarecer o paradeiro do filho da refém que, segundo o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pode estar em Bogotá, com outro nome e sob os cuidados de uma organização governamental de assistência.

Um grupo de especialistas em genética viajou na terça-feira da Colômbia para Caracas, com autorização do Governo venezuelano, para realizar os testes. Nenhum deles fez declarações.

No entanto, o procurador-geral colombiano, Mario Iguarán, informou hoje que o grupo já recolheu as provas de DNA entre os familiares de Clara Rojas que estão na capital venezuelana e afirmou que os resultados demorarão mais de dez dias para sair.

Ivan Rojas disse ontem que os parentes estavam dispostos a permanecer em Caracas até que pudessem retornar a seu país com os reféns libertados, e se mostrou confiante de que a operação de resgate seria retomada em poucos dias.

A imprensa local, no entanto, comentou hoje que os familiares podem voltar para Bogotá se não ocorrerem avanços nos próximos dias.

Tanto o presidente Chávez como as famílias se negaram a falar de "fracasso" na chamada "Operação Emmanuel", e consideraram que se trata apenas de uma "suspensão" do processo no início de sua terceira fase, a de recuperação dos seqüestrados na selva colombiana.

A operação, lançada na sexta-feira com grande repercussão midiática, contou com o envio de helicópteros venezuelanos à cidade colombiana de Villavicencio, base escolhida para iniciar a busca dos reféns, e está parada desde segunda-feira após Chávez ler uma carta que diz ter recebido das Farc.

Na mensagem, a guerrilha colombiana afirmou que não poderia entregar os reféns devido a intensas operações militares na região onde supostamente se encontravam.

Uribe classificou as alegações como "mentirosas", antes de revelar a "hipótese" de que o menino que a ex-candidata à Vice-Presidência colombiana teve em cativeiro há mais de três anos não está com as Farc, e que por isso a guerrilha não entrega os reféns.

Chávez duvida da versão e criticou de forma dura o colega colombiano.

Nesta quarta-feira a imprensa venezuelana praticamente deixou de noticiar o tema dos reféns, e os canais de televisão reprisam imagens dos últimos dias ou de redes estrangeiras, especialmente colombianas.

O jornal "El Nacional", por exemplo, afirma em seu editorial de hoje que "o show não deve continuar".

Afirma que "Chávez projetou um plano mestre para não só transferir os reféns, mas gravá-los, fotografá-los, fazer um filme com um diretor gringo mercenário, e ridicularizar o presidente Uribe, da Colômbia".

"Este último, como grande estrategista, movimentou melhor suas peças e revelou o fracasso do adversário venezuelano", acrescenta.




Fonte: EFE

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