Violência após eleição mata 'ao menos 100' no Quênia
O presidente Mwai Kibaki foi declarado vencedor das eleições no domingo, mas seu adversário Raila Odinga fez denúncias de fraude e disse ter sido roubado.
Um jornalista da BBC viu 43 mortos com ferimentos de tiros em um necrotério da cidade de Kisumu, no oeste do país, considerada uma das bases da oposição.
Testemunhas dizem que a polícia disparou contra manifestantes da oposição que atiravam pedras.
A cidade de Kisumu foi colocada sob toque de recolher. O governo também proibiu manifestações da oposição e transmissões de TV ao vivo.
Outros corpos teriam sido encontrados também em favelas da capital, Nairóbi, onde a polícia vinha enfrentando manifestantes desde o fim de semana.
“Livres e justas”
Segundo as autoridades eleitorais, Mwai Kibaki venceu com 4.584.721 votos, 230 mil a mais que Raila Odinga. Kalonzo Musyoka, outro concorrente à presidência, obteve 879.903 votos.
O presidente, que inicia seu segundo mandato de cinco anos, descreveu as eleições como "livres e justas" e pediu aos partidos políticos que "aceitem o veredicto do povo".
Minutos depois do anúncio, novos protestos realizados pela oposição se espalharam pela capital.
Horas antes da divulgação dos resultados oficiais, Raila Odinga havia acusado Kibaki de fraude eleitoral e lhe pediu que admitisse a derrota no pleito.
A divulgação dos resultados foi atrasada depois que a comissão eleitoral decidiu, no sábado, suspender a contagem dos votos, em meio a alegações de irregularidades e violentos protestos em várias cidades do país.
Os primeiros resultados oficiais mostravam que Odinga estava à frente com uma pequena vantagem, mas números não-oficiais, divulgados depois, indicaram que Kibaki teria passado à frente por uma estreita margem.
A oposição acusou o governo de tentar manipular o resultado do pleito, alterando o resultado das contagens e adicionando votos irregulares nas urnas.
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