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Internacional
Domingo - 30 de Dezembro de 2007 às 17:21

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Nairóbi, 30 dez (EFE) - Mwai Kibaki assumiu hoje seu segundo mandato à frente da Presidência do Quênia, mas desta vez chegou ao poder em meio a sérias irregularidades envolvendo a apuração, muito distante das esperanças que despertou quando começou a governar, há cinco anos.

Aos 76 anos, o economista foi o político na ativa com mais idade a concorrer nas eleições da última quinta-feira, as mais disputadas nos 40 anos de história da ex-colônia britânica.

Ele pertence ao grupo étnico Kikuyu, assim como um entre quatro quenianos.

Kibaki nasceu no dia 15 de novembro de 1931 em Othaya, perto do monte Quênia. Ele estudou na Universidade queniana de Makerere e na London School of Economics.

Chegou ao Parlamento em 1963, através da governista União Africana Nacional do Quênia (Kanu).

Sob o amparo do presidente Daniel Arap Moi, que se manteve no poder no Quênia por 24 anos, Kibaki começou a ocupar vários cargos na administração até chegar à Vice-Presidência, posto no qual ficou durante dez anos.

Pouco a pouco, o novo presidente foi se afastando de Moi, e em 1991 rompeu com o Kanu e formou sua própria legenda, o Partido Democrático, com a intenção de participar em 1992 das primeiras eleições multipartidárias a serem realizadas no Quênia.

Foi derrotado no pleito, e também nos de 1997, mas em 2002 voltou a concorrer, desta vez à frente da Coalizão Nacional Arco Íris, na qual estavam representados todos os partidos opositores ao regime de Moi.

Ao chegar ao poder, Kibaki prometeu revitalizar a economia do país, reduzir o desemprego e combater a corrupção dos funcionários públicos.

Mas a lua-de-mel entre as diferentes legendas durou apenas meses devido à luta pela divisão dos poderes, e o atual presidente nomeou seus lugares-tenentes para os postos-chave de sua administração.

A decisão gerou uma cisão na coalizão, promovida por Raila Odinga, agora líder do Movimento Democrático Laranja (ODM), principal adversário de Kibaki nas eleições da última quinta-feira.

A maior prova de fogo para Kibaki ocorreu em 2005 com a rejeição da população a uma reforma da Constituição em um plebiscito que mobilizou a toda a classe política. O projeto do Governo pretendia atribuir poderes quase ilimitados ao presidente.

O resultado provocou uma revolução que terminou com a destituição de todos os ministros que se opunham ao plano do presidente.

Kibaki também perdeu seus dois conselheiros mais fiéis, o então ministro das Finanças, David Mwiraria, e o de Justiça e Assuntos Constitucionais, Kiraitu Murungi, ambos envolvidos em um escândalo de corrupção multimilionário.

O caso agravou a crise política no país e Kibaki voltou a chamar seus dois antigos ministros implicados na polêmica para que fizessem parte do Governo novamente, antes que a Justiça encerasse o processo.

Sua gestão anterior foi qualificada por acertos em certas áreas e por erros em outras, principalmente no combate à corrupção.

George Nyamweya, que dirigiu sua campanha, destacou a importância da "criação e desenvolvimento de um sistema de educação universal, gratuito para todos os quenianos".

Mas seus opositores afirmam que Kibaki se manteve no poder, nas palavras de Odinga, graças a "uma oligarquia cujo objetivo é enriquecer a todo custo em vez de melhorar o miserável nível de vida da população".

Para o pleito de quinta-feira, Kibaki criou outra legenda, o Partido da União Nacional (PNU), o mesmo que o levou novamente à Presidência, mas desta vez em meio a denúncias de irregularidades graves, incluindo por parte de observadores da União Européia (UE).

No meio dessa confusão de resultados e protestos, Kibaki não esperou nem uma hora para iniciar seu segundo mandato e, após ter sido declarado oficialmente vencedor das eleições, foi imediatamente empossado na Chefia do Estado.

Casado e com quatro filhos, Mwai Kibaki é um homem rico, com propriedades no setor turístico e em companhias de seguros e que gosta de praticar seu esporte favorito: o golfe.




Fonte: EFE

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