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Internacional
Sábado - 29 de Dezembro de 2007 às 20:00

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NAIRÓBI (Reuters) - Os candidatos rivais à presidência do Quênia estavam emparelhados neste sábado, depois de quase 90 por cento dos votos apurados pelas autoridades. Acusações de fraude provocaram violência étnica em todo o país, e várias pessoas morreram nos distúrbios.

À medida que anoitecia e a disputa permanecia acirrada, sem que novos resultados estivessem previstos antes do amanhecer, os quenianos deixaram as ruas, a polícia mantinha bloqueios nas estradas e os políticos se reuniam para traçar estratégias.

O caos reinou durante o dia enquanto os últimos dados da Comissão Eleitoral do Quênia (ECK, na sigla em inglês) mostravam o candidato oposicionista Raila Odinga à frente do presidente Mwai Kibaki por apenas 38 mil votos, tendo sido apuradas as urnas de 180 dos 210 distritos eleitorais

Mas o chefe da comissão foi interrompido depois de ler resultados de 7 outros distritos que teriam colocado Kibaki na dianteira por uma margem quase quarto vezes maior do que a anunciada até então. Ao dizer repentinamente que iria parar de informar os resultados durante a noite, ele aumentou o tormento da maioria dos 36 milhões de quenianos, atentos a cada palavra da comissão.

Num dia de confusão e farsa na sede da ECK, conflitos explodiram e a polícia interveio quando um político de oposição abafou o pronunciamento do presidente da comissão, Samuel Kivuitu, e exigiu insistentemente a recontagem dos votos em um distrito.

"Nós somos quenianos, e não animais!", Kivuitu disse a um grande número de agentes do partido, políticos e jornalistas espremidos no centro de conferências de Nairóbi, cercado por guardas armados.

A ECK indicou 3,88 milhões de votos para Odinga e 3,84 milhões para o atual presidente, com base nos 180 distritos. Mas os outros 7 iriam colocar Kibaki à frente, com cerca de 4,1 milhão de votos.

Os atrasos no anúncio dos resultados oficiais alimentaram as tensões por todo o país. Políticos trocaram acusações de fraude e os distúrbios irromperam na maioria das cidades quenianas.

Tanto o Movimento Democrático Laranja (ODM,na sigla em inglês), partido de Odinga, como o Partido da Unidade Nacional (PNU), de Kibaki, reivindicam vitória. O vencedor dirigirá o país, a economia mais rica do leste da África, pelos próximos cinco anos.




Fonte: Reuters

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