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Nacional
Sábado - 29 de Dezembro de 2007 às 18:19

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"Apesar da greve dos servidores, foi um ano muito vantajoso para nós aqui da superintendência do Acre, Sul do Amazonas, Boca do Acre, Ponta do Abunã, Ipixuna e Guajará-Mirim", explica o superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e recursos Naturais Renováveis (Ibama-Acre), Anselmo Forneck. Ele se refere aos resultados da fiscalização efetuada no ano de 2007 e garante que essa conclusão foi três vezes melhor que em anos anteriores.

"O Ibama do Acre aplicou um total de R$ 61 milhões em multas, sendo que grande parte delas será recolhida imediatamente, já que se refere a madeireiras cujos proprietários precisam dar continuidade às atividades", lembrou. Em relação à Operação Tauari, realizada no período de 11 a 20 deste mês, Forneck também ressaltou o trabalho de levantamento e serviço de inteligência que resultou em uma grande apreensão de madeira na região da Ponta do Abunã.

No local foi apreendido em torno de 13 mil metros cúbicos de madeira irregular. Nesse caso, o serviço de inteligência permitiu que o produto fosse interceptado com a observância de sua procedência, isto é, verificando se ele se originava de área de manejo ou desmatamento autorizado. Tendo sido visto o que ingressou e saiu das serrarias.

O superintendente afirma que na parte do desmatamento ainda há muita irregularidade na Ponta do Abunã, o que culminou na apreensão de vários caminhões. No entanto, em comparação à operação feita no ano passado o trabalho deste mês de dezembro aponta uma queda de no mínimo 40% do fluxo da comercialização de madeira na área.

"Com essa operação e com as mudanças previstas para a operação de 2008, nós temos certeza de que no máximo, dentro de um ano, quem permanecerá na Ponta do Abunã serão as pessoas que de fato querem se fixar na região e investir na industria madeireira e no manejo florestal", assegurou.

Mais rigidez na legislação

Um decreto assinado pelo presidente da república no dia 21 deste mês prevê uma rigidez ainda maior no processo de exploração da Amazônia. A intervenção deu-se em função do incremento no desmatamento em algumas regiões da Amazônia nos últimos quatro meses. Entre as medidas impostas pelo governo federal para as infrações, está inclusive o impedimento do acesso ao crédito para pessoas que não cumprirem os embargos de suas áreas, ou mesmo diante do não pagamento das multas.

"Esses pecuaristas, ou outras pessoas ligadas ao agronegócio não terão acesso ao crédito do Banco do Brasil e Banco da Amazônia, além de sofrerem restrições junto à Receita Federal", observou. Além disso, todas as áreas em questão serão recadastradas junto ao Incra, de tal modo que em pouco tempo o Brasil poderá ter uma nova imagem dos 35 municípios que são recordistas de desmatamentos na Amazônia Legal.

"Os municípios do Acre não integram esse grupo dos 35 municípios problemáticos, com exceção de Boca do Acre, no Amazonas, que está sob a responsabilidade do Ibama Acre e onde haverá uma presença ainda maior do órgão em 2008", enfatizou. Para ele, uma das maiores dificuldades no combate ao crime ambiental estava relacionada aos problemas de imagem de satélite apresentados no período das chuvas.

Porém, o entrave foi resolvido este mês a partir de uma parceria de cooperação do Instituto de Meio Ambiente do Japão com o Ibama brasileiro. A cooperação resultou na disponibilização de imagens precisas, independente da estação do ano. "O satélite mostra imagens de qualquer área desmatada acima de cinco metros quadrados", acrescentou.

Mais vigilância nas áreas de reserva

O superintendente do Ibama alertou ainda que a partir de 2008, os planos de manejo, na sua totalidade, vão estar sendo monitorados também por imagens de satélite. " Nós estaremos agindo de uma forma muito mais eficiente, ou seja, não indo mais atrás do desmatamento ou do manejo irregular, mas já saindo do escritório com a localização exata de onde o crime está sendo cometido", afirmou.

Ele se refere às reservas extrativistas criadas a partir da parceria entre o órgão e o Incra. Segundo Anselmo Forneck, as áreas que foram emitidas em 2007 serão executadas em 2008. Nesse projeto serão investidos R$ 16 milhões, o que significa um bom número, tendo em vista a qualidade de vida que essa parceria está proporcionando às pessoas beneficiadas com as unidades.

"A criação da Reserva Extrativista do Crôa, que está em fase conclusiva, vai totalizar algo em torno de cem mil hectares. O processo vai beneficiar 350 famílias de imediato e existem mais duas outras reservas, cujos estudos estão bem avançados e serão executados em 2008".




Fonte: Página 20

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