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Economia
Sábado - 29 de Dezembro de 2007 às 00:47

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Melhor investimento do ano, o Ibovespa encerrou 2007 valorizado em 43,65%, aos 63.886 pontos, registrando a quinta alta anual consecutiva da bolsa brasileira. O analista da MCM Consultores, Homero Guizzo, lembrou que as ações superaram em muito o rendimento de outras opções mais tradicionais, como ouro, renda fixa, poupança e o dólar, que ficou na lanterninha dos investimentos, com 16,8% de desvalorização.

Projeções de analistas indicam que o próximo ano será de valorização novamente para a bolsa brasileira, que, segundo Álvaro Bandeira, diretor da corretora Àgora, só ficará em 2007 atrás da bolsa de Xangai em termos de rentabilidade. "A Bovespa foi uma das melhores rentabilidades entre as bolsas do mundo", informou o diretor.

Com expressivo aumento no número de investidores, inclusive pessoas físicas, e um número recorde de aberturas de capital, a Bovespa ultrapassou R$ 1 trilhão em giro financeiro, este ano e caminha para manter um bom ritmo em 2008, caso nenhuma crise externa atrapalhe.

"A Bovespa em 2008 vai depender da economia norte-americana, o foco está todo nela. Principalmente no primeiro trimestre a gente vai tentar dimensionar como ela (a economia) desacelera, se forte ou suave, e se a desaceleração é mais longa ou menos longa", Bandeira.

Destaques

Dentro do índice Ibovespa, as ações da Petrobras e da Vale, nas quais muita gente investiu com dinheiro do FGTS, renderam bem mais do que o índice Ibovespa. O papel da petrolífera subiu mais de 90%, enquanto o da mineradora subiu 88,5%.

"(O ano de) 2008 vai ser um ano favorável para a Petrobras, com as descobertas, o petróleo batendo perto de US$ 100 de novo, e para a Vale também, se a China continuar crescendo, com o ajuste do minério", avaliou o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira Alves.

Alta e grau de investimento

Para o fim de 2008, se a desaceleração da economia norte-americana for suave, cenário com o qual trabalha, Bandeira prevê que o Ibovespa atinja os 82 mil pontos, ou uma alta de 28% sobre o fechamento de 2007. "Mas isso pode ir mudando ao longo do ano. Como disse um ex-ministro, no Brasil até o passado é imprevisível", disse referindo-se ao ex-ministro da Fazenda Pedro Malan.

Outra aposta de Bandeira e de outros especialistas em mercado de capitais é de que a bolsa ganhará impulso principalmente no segundo semestre, quando o mercado espera que o Brasil seja elevado a grau de investimento.

Para o analista do BB Investimentos, a alta da bolsa este ano já revela essa expectativa. "A bolsa antecipa esse movimento e não há motivo para o Brasil não virar 'investment grade', as condições estão dadas", afirmou Moreira Alves, lembrando que a relação dívida/PIB, que está no patamar de 44%, é favorável ao país.

Nem mesmo a provável manutenção da taxa do juro básico da economia, por conta de maiores pressões inflacionárias, reduz o otimismo de Moreira Alves com o mercado. Ele conta com a divulgação de balanços favoráveis das empresas em fevereiro, principalmente do setor de consumo, para esquentar a bolsa de valores depois de um janeiro morno e volátil.

"Em janeiro estaremos agindo com cautela, com os olhos voltados para a economia norte-americana, e haverá expectativa para os balanços de fevereiro", afirmou. Segundo Bandeira, a previsão é de que os lucros das empresas fiquem entre 20% e 25% maiores do que em 2006, o que levará ao aquecimento do mercado de capitais.





Fonte: G1

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