Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 28 de Dezembro de 2007 às 21:21

    Imprimir


Com expressivo aumento de investidores, inclusive pessoas físicas, e um número recorde de aberturas de capital, a Bovespa ultrapassou 1 trilhão de reais em giro financeiro este ano e caminha para pelo menos manter esse ritmo em 2008, se nenhuma crise externa atrapalhar.

"A Bovespa em 2008 vai depender da economia norte-americana, o foco está todo nela. Principalmente no primeiro trimestre a gente vai tentar dimensionar como ela (a economia) desacelera, se forte ou suave, e se a desaceleração é mais longa ou menos longa", disse à Reuters Álvaro Bandeira, diretor da corretora Àgora.

No último pregão do ano, a volatilidade que se arrasta desde agosto com o agravamento da crise do setor imobiliário norte-americano imperou mais uma vez. Entre ligeiras altas e baixas, o índice fechou em alta de 0,18 por cento. O giro financeiro ficou em 5,1 bilhões de reais, contra média diária do ano de 5 bilhões de reais.

Preocupações com a alta do preço do petróleo, com dados econômicos norte-americanos ruins e com possíveis desdobramentos da morte da líder paquistanesa Benazir Bhutto deram a tônica do dia. No mês, o Ibovespa valorizou 1,40 por cento. As ações da Petrobras fecharam em alta de 2,39 por cento, a 88,40 reais, enquanto a Vale encerrou o último pregão do ano em queda de 0,29 por cento, a 50,75 reais.

"2008 vai ser um ano favorável para a Petrobras, com as descobertas, o petróleo batendo perto de 100 dólares de novo, e para a Vale também, se a China continuar crescendo, com o ajuste do minério", avaliou o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira Alves.

As projeções dos analistas indicam que o próximo ano será de valorização novamente para a bolsa brasileira, que, segundo Bandeira, só ficará este ano atrás da bolsa de Xangai em termos de rentabilidade. "A Bovespa foi uma das melhores rentabilidades entre as bolsas do mundo", informou o diretor.

82 mil pontos

Para o final de 2008, se a desaceleração da economia norte-americana for suave, cenário com o qual trabalha, Bandeira prevê que o Ibovespa atinja os 82 mil pontos. "Mas isso pode ir mudando ao longo do ano. Como disse um ex-ministro, no Brasil até o passado é imprevisível", disse referindo-se ao ex-ministro da Fazenda Pedro Malan.

Outra aposta de Bandeira e de outros especialistas em mercado de capitais é de que a bolsa ganhará impulso principalmente no segundo semestre, quando o mercado espera que o Brasil seja elevado a grau de investimento.

Para o analista do BB Investimentos, a alta da bolsa este ano já revela essa expectativa. "A bolsa antecipa esse movimento e não há motivo para o Brasil não virar 'investment grade', as condições estão dadas", afirmou Moreira Alves, lembrando que a relação dívida/PIB é favorável ao país.

Nem mesmo a provável manutenção da taxa do juro básico da economia, por conta de maiores pressões inflacionárias, reduz o otimismo de Moreira Alves com o mercado. Ele conta com a divulgação de balanços favoráveis das empresas em fevereiro, principalmente do setor de consumo, para esquentar a bolsa de valores depois de um janeiro morno e volátil.

"Em janeiro estaremos agindo com cautela, com os olhos voltados para a economia norte-americana, e haverá expectativa para os balanços de fevereiro", afirmou. Segundo Bandeira, a previsão é de que os lucros das empresas fiquem entre 20 e 25 por cento maiores do que em 2006, o que levará ao aquecimento do mercado de capitais.




Fonte: Estadão

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/192475/visualizar/