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Internacional
Sexta - 28 de Dezembro de 2007 às 10:12

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Pequim, 28 dez (EFE).- A reunião dos primeiros-ministros Wen Jiabao (chinês) e Yasuo Fukuda (japonês) terminou hoje sem um acordo sobre os poços de gás no mar da China Oriental, mas com a possibilidade de conseguir uma solução para o tema em 2008.

"Acertaram elevar as negociações em nível de vices-primeiros-ministros para acelerá-las e esperam conseguir uma solução antes da visita ao Japão do presidente da China, Hu Jintao, na primavera (entre final de março e início de junho)", disse hoje em entrevista coletiva Mitsuo Sakaua, secretário de imprensa de Fukuda.

Segundo Sakaua, os dois lados conseguiram "progressos" nas modalidades de projetos de desenvolvimento conjunto das valiosas jazidas, mas ainda não decidiram onde vão desenvolvê-los.

O mar da China Oriental conta com reservas de 200 bilhões de metros cúbicos de gás natural e 25 bilhões de toneladas de petróleo.

No entanto, os dois países ainda não entraram em acordo sobre os limites de seus territórios.

Enquanto a China reivindica que seu território vai até o final da plataforma continental, próximo do arquipélago japonês de Okinawa, o Japão considera que sua fronteira está a meio caminho de ambos os países.

A companhia petrolífera estatal chinesa CNOOC já explora a jazida de Chunxiu, localizada na divisa, apesar da oposição japonesa.

"Decidimos deixar de lado as diferentes posições legais sobre a demarcação territorial, para buscar de um modo mais prático, sem afetar a posição legal de cada país, uma solução pragmática. Esse é um ponto de início", afirmou hoje Sakaua.

No entanto, ainda não se sabe como isso será obtido.

Num encontro com a imprensa antes da reunião com Wen, Fukuda disse que espera resolver essa disputa o mais rápido possível. Segundo o secretário, os dois primeiros-ministros decidiram não revelar todos os detalhes das conversas.

Os dois primeiros-ministros classificaram a reunião, realizada no Grande Palácio do Povo de "sincera". Eles afirmaram que é preciso aproveitar o "momento histórico" para estabelecer laços "estáveis".

Durante a legislatura do ex-primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi (2001-2006), as tensões chegaram a interromper intercâmbios de alto nível entre ambos os moradores, uma relação que melhorou com a chegada de Shinzo Abe à chefia do Governo, apesar de seu mandato ter sido breve (2006-2007).

Wen elogiou a atitude amigável de Fukuda em relação à China, um dos primeiros Governos para quem telefonou após assumir o cargo em setembro deste ano, informou a agência "Xinhua".

Fukuda afirmou ser contra a realização de um plebiscito em Taiwan - que a China considera parte de seu território - para pedir que ingresse na Organização das Nações Unidas (ONU) com o nome da ilha, caso isso "crie tensão e leve a ações unilaterais que rompam o status quo", segundo Sakaua.

Este é a terceira viagem ao exterior que Fukuda faz como primeiro-ministro. Antes, ele foi aos Estados Unidos e também a Cingapura - para assistir a cúpula asiática na qual se reuniu com Wen.

Após o encontro, ambos os líderes presenciaram a assinatura de três documentos de cooperação em mudança climática e tecnologia, uma pesquisa conjunta em energia de fusão nuclear e em intercâmbios juvenis.

Em relação à mudança climática, Fukuda defendeu um "marco efetivo" para a redução de gases do efeito estufa com a participação das principais economias do planeta, incluindo a China.

Entre as propostas, há de uma rede por todo o território da China para promover a troca de tecnologias limpas e encorajar as empresas chinesas a introduzi-las. Além disso, os japoneses formarão 10 mil especialistas chineses.

No próximo ano, decidiram realizar um intercâmbio de jovens dos dois países, principalmente entre estudantes do ensino médio, para reforçar a confiança e a compreensão entre as duas nações.

"A cooperação entre Japão e China é a exigência de nossos tempos e a comunidade internacional espera muito dela", disse Fukuda a Wen, segundo seu secretário de imprensa.

A agenda de hoje do primeiro-ministro termina com uma reunião entre Hu e o presidente do legislativo, Wu Bangguo, e com um discurso na Universidade de Pequim.




Fonte: EFE

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