Preparando Diamantino para o futuro
No momento em que Diamantino recebe investimentos estimados em 250 milhões de reais de um dos principais grupos empresariais brasileiros, não podemos silenciar o papel a ser desempenhado pelo Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Mato Grosso (Ceprotec) nesse novo cenário que se avizinha em nosso município e região.
O Grupo Bertin é uma holding de capital 100% nacional, que atua nos segmentos de agroindústria e infra-estrutura. Com sede no Estado de São Paulo, o grupo assinou com o Governo do Estado de Mato Grosso no último dia 10, em Diamantino, os documentos que estabelecem as bases para a instalação de uma fábrica para processamento de couro bovino, uma usina para produção de biodiesel e um frigorífico para o abate e industrialização da carne de aproximadamente 3.000 cabeças/dia. Estima-se com isto a criação de cerca de 4 mil empregos diretos.
Esse novo cenário que se aproxima coloca o Ceprotec, em particular a unidade de Diamantino, frente a um novo e estimulante desafio, qual seja, o de proporcionar Educação Profissional de Nível Técnico e Tecnológico orientada para as demandas profissionais trazidas pelos segmentos econômicos que aportarão em nosso município, oriundos dos investimentos do Grupo Bertin.
Cadeias do agronegócio como o couro, o biodiesel, a agropecuária, a produção de carnes in natura e industrializada e o próprio agronegócio, enquanto atividade profissional de gestão, serão mobilizadas em diferentes níveis de formação e especialização. Contudo, não serão apenas as atividades profissionais mais visivelmente ligadas ou próximas das atividades agroindustriais do empreendimento que serão movimentadas. Na dinâmica do capital a ser empreendido, diversos outros setores da atividade econômica serão instados a novos investimentos.
A construção civil deverá ter um aquecimento com investimentos na construção e ampliação de imóveis residenciais e/ou comerciais; o comércio terá que buscar melhorias na oferta de produtos e serviços; a Saúde deverá ter novas exigências com um virtual crescimento populacional; áreas como Lazer e Desenvolvimento Social deverão emergir na busca por um contexto que proporcione qualidade de vida para as pessoas, etc.
Nesse contexto, não podemos nos esquecer também do crescimento observável no setor da avicultura com os investimentos em granjas e frigoríficos feitos pelo Grupo Perdigão em Nova Marilândia e Nova Mutum e que deverão, em breve, nos acionar enquanto instituição de formação.
Todo este cenário configura, já de imediato, um conjunto de possibilidades para a atuação dos técnicos em agronegócio e em meio ambiente, cujo processo seletivo para a Unidade de Diamantino, com previsão de início das aulas em outubro deste ano, foi recentemente realizado.
Um dos questionamentos mais freqüentes quanto à construção de uma unidade do Ceprotec em Diamantino sempre se referiu à absorção pelo mundo do trabalho dos profissionais técnicos e tecnólogos a serem formados pela instituição. Questionava-se a existência de tantos empregos em Diamantino e região que justificassem a existência do Ceprotec. Temia-se que o mesmo se transformasse em um “elefante branco”. Pois bem, se antes convivíamos com a hipótese “muita qualificação para pouco emprego”, não podemos, agora, correr o risco de termos uma situação inversa de muito emprego para pouca qualificação.
Com efeito, deverá a Unidade de Diamantino atuar de imediato como um observatório nesse novo cenário de desenvolvimento socioeconômico. Para tanto, far-se-á necessária uma busca permanente de diálogos entre o setor público e o privado no sentido de identificar as demandas por qualificação, as necessidades de investimentos, as possibilidades de parceria, as mutações do mercado no que se refere à qualificação profissional, etc. E agir, criando as condições para que os processos formativos ocorram através dos cursos a serem ofertados. É dessa forma que vimos trabalhando enquanto equipe gestora da Unidade de Diamantino. Cientes da necessidade de intensificarmos ainda mais esse processo.
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