Clínicas psiquiátricas são o destino de despejados de Suiá-Missú
O caso de Matenias engrossa a lista de pessoas que estão enfrentando situações semelhantes. Retirados da área no final do ano passado por decisão do Governo Federal, os produtores rurais vivem em condições precárias em barracos de lona em um acampamento improvisado na BR-158, de favor em casas de parentes e em abrigos improvisados pelas prefeituras de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia e ajuda da igreja católica.
Desde a desocupação, segundo a Secretaria de Saúde de Alto Boa Vista, vários casos psiquiátricos foram registrados com a necessidade de internação. Além do trabalhador Matenias, que está internado em Goiânia, o produtor Arlindo Alves das Neves apresentou problemas psicológicos e hoje passa por tratamento. A mesma sorte não teve o também produtor Antonio Alfredo de Jesus, que morreu vítima de depressão.
Segundo o médico Ricardo Araújo, de Alto Boa Vista, o caso de Matenias não é isolado e que diversas pessoas que foram despejadas da Suiá-Missú tem procurado as unidades de saúde com problemas psicológicos e que o município não tem dado conta de atender a todos, pois a demanda é muito grande. Diante dessa situação, os casos mais graves são encaminhados para Goiás.
Em Barra do Garças, o diretor da Unidade Avançada do Incra, José Francisco Ferreira, informou que o deslocamento das famílias para outra área está sendo coordenada pela Superintendência do órgão em Cuiabá, mas adiantou que 112 famílias que exploravam pequenos comércios no Posto da Mata estão sendo assentadas no Projeto Casulo em Alto Boa Vista.“O Incra ofereceu uma área para as famílias em Ribeirão Cascalheira, mas apenas quatro produtores resolveram aceitar a proposta e hoje estão no local. A questão está sob a responsabilidade da Superintendência na Capital”, concluiu.
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