Culturas de biocombustíveis podem crescer de modo sustentável em MT
O Brasil tem condições de mostrar para a sociedade e para a comunidade internacional que a produção de etanol é sustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. A afirmação é do pesquisador e chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos, Celso Manzatto, responsável pela coordenação do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, que está sendo planejado pela empresa, com previsão de conclusão para outubro de 2008.
Manzatto prevê condições para que a cultura da cana-de-açúcar cresça fora do eixo centro-sul (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas e Paraná), que hoje concentra a produção nacional. Maranhão, Piauí e Tocantins são estados onde já foram identificados potencial técnico para receber a expansão.
O trabalho é feito em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade de Campinas (Unicamp), secretarias estaduais de agricultura e meio ambiente, dentre outras. Está ainda na fase inicial, que compreende a completa sistematização dos dados sobre solo, clima, uso da terras, cobertura vegetal e aspectos hídricos de todas as regiões do país.
“Estamos selecionando áreas potenciais para cultivo da cana-de-açúcar, considerando que não interessa a expansão em área com algum tipo de restrição ambiental, nem competir com área de produção de alimentos”, explicou Manzatto.
Apesar das críticas que o estudo recebe de ambientalistas e de representantes de agricultores quanto à falta de antecedência, Manzatto considera o zoneamento agroecológico “uma atividade extremamente estratégica e pioneira no Brasil”, que permitirá um planejamento inédito da expansão de uma cultura de forma ordenada e com critérios econômicos e ambientais.
Segundo o pesquisador, a possibilidade de produção de cana-de-açúcar na Amazônia esbarra em restrições climáticas, de solo e ambientais, na falta de infra-estrutura adequada da região e também em “discussões políticas que não cabem à Embrapa” .
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