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Internacional
Domingo - 23 de Dezembro de 2007 às 15:00

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O primeiro-ministro deposto e líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, propôs este fim de semana uma trégua a Israel.

Haniyeh fez a proposta por meio da agência palestina de notícias "Ma'an", com sede na cidade cisjordaniana de Belém. No início da semana, ele havia feito o mesmo em declarações ao correspondente palestino do "Canal 2" da televisão israelense, Suleiman al-Shafi.

Segundo fontes do governo israelense, a maioria dos ministros e seus organismos de segurança se opõe a uma trégua com Haniyeh e os milicianos da Faixa de Gaza, onde a aviação e o Exército mataram esta semana 20 supostos insurgentes.

O jornal Asharq Al-awsat publicou que o Hamas está conversando com outras facções palestinas para declarar uma trégua incondicional a Israel.

"O debate sobre uma trégua renovou-se no seio do Hamas e de outras facções palestinas. Espero que tenhamos êxito", disse um líder islâmico, que pediu para não ser identificado. Seria um "cessar-fogo de nossa parte e outro da parte israelense", sem precondições, afirmou.

Ahmed Yousef, importante assessor do governante de fato na faixa, Ismail Haniyeh, reconheceu à agência palestina "Ma'an" que seu movimento, o Hamas, está disposto a alcançar um acordo neste sentido com Israel.

No entanto, disse que não se trataria de uma trégua, mas de uma interrupção temporária das hostilidades, publica o jornal Ha'aretz.

"Não nos opomos a uma interrupção das hostilidades que ponha um fim no cerco" a Gaza, mas "não será em troca de nada" nem "ilimitado", afirmou.

O presidente israelense, Shimon Peres, classificou a proposta como "patética", posto que, dias após o Hamas celebrar seu 20º aniversário, dizia: "Nunca reconheceremos o Estado de Israel".

No entanto, os ministros de Infra-estrutura de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, e de Transportes, Shaul Mofaz, mostraram-se receptivos à idéia.

O trabalhista Ben-Eliezer disse no sábado que, em um eventual pacto, o Hamas deveria pôr fim tanto ao lançamento de foguetes artesanais a partir de Gaza como ao contrabando de armas por túneis subterrâneos a partir do Egito, e ainda libertar o soldado Gilad Shalit, refém há um ano e meio.

Um dos auxiliares de Haniyeh declarou esta manhã à rádio pública israelense que o "Hamas aceitará um cessar-fogo quando Israel cessar sua agressão contra o povo palestino", em alusão às intensas operações israelenses dos últimos dias contra milicianos que disparam morteiros e foguetes Qassam contra cidades do sul de Israel.

Por sua parte, o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Zahur, desmentiu perante os jornalistas notícias de que os dois lados estariam negociando uma trégua, informação que também é negada pelos israelenses.

Natal em conjunto

As autoridades palestinas e israelenses coordenarão a segurança em Belém durante as festas natalinas, durante as quais esperam receber mais de 60 mil pessoas.

Dezenas de milhares de peregrinos e turistas de todo o mundo irão a Belém para comemorar o Natal como fazem anualmente, e nesta ocasião gozarão de um bom tempo durante a noite do dia 24 de dezembro, segundo as previsões dos serviços meteorológicos.

As autoridades palestinas na cidade, situada cerca de oito quilômetros ao sul de Jerusalém, e também as israelenses, cujo Exército controla a segurança na Cisjordânia, coordenam as facilidades para que os visitantes possam chegar à Praça da Manjedoura, no coração da antiga cidade, com pouco mais de 30 mil habitantes.

Os organizadores calculam que este ano visitarão Belém cerca de 60 mil pessoas para a noite do dia 24 e o dia do Natal.

Esta tarde será realizada uma tradicional recepção natalina na Basílica da Anunciação, na cidade de Nazaré, no norte de Israel, onde também passarão as festas milhares de peregrinos e turistas.

Em Belém, os festejos natalinos são comemorados três vezes: em 24 e 25 de dezembro pelos católicos na igreja franciscana de Santa Catarina; em 5 e 6 de janeiro pelos ortodoxos -que administram a Basílica da Natividade - e em 18 de janeiro pelos armênios.

O Exército israelense distribuiu 10 mil permissões entre residentes palestinos cristãos de Gaza e Cisjordânia por períodos de duas a quatro semanas, para que possam passar de um território a outro, e também aos israelenses, para visitas familiares.

A ordem na cidade de Belém ficará a cargo da Polícia palestina, subordinada à Autoridade Nacional Palestina. Apesar do conflito entre palestinos e israelenses, nunca foram registrados ataques ou choques entre grupos rivais durante as festas natalinas.

As cerimônias e a missa do galo na Igreja de Santa Catarina, com capacidade para 900 fiéis, serão presididas pelo monsenhor Michel Sabah, máximo dignatário da Igreja Católica na Terra Santa, que peregrinará amanhã a partir de sua sede em Jerusalém.

A missa de meia-noite será transmitida pela televisão palestina e os peregrinos e turistas poderão acompanhá-la em um telão junto a uma árvore de natal.

Entre os que comparecerão à igreja para a missa da noite do dia 24 de dezembro estão o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

Além disso, como já é tradicional, participarão da eucaristia os cônsules gerais de Espanha, Itália, França e Bélgica, os quatro Estados europeus protetores da Terra Santa.




Fonte: EFE

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