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Internacional
Domingo - 23 de Dezembro de 2007 às 10:23

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Bangcoc, 23 dez (EFE).- O partido criado pelos aliados do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra ganhou hoje as eleições legislativas da Tailândia, realizadas quinze meses depois do golpe de Estado que o tirou do poder.

A vitória eleitoral do Partido do Poder do Povo (PPP), liderado pelo veterano e polêmico político de extrema direita Samak Sundaravej, traz a possibilidade de retorno da tensão política vivida pelo país durante os dois anos anteriores ao levante militar.

O PPP, que prometeu trazer de volta ao país o ex-primeiro-ministro e proprietário do Manchester City, que está em um exílio voluntário no Reino Unido, mantém uma tensa relação com os militares que prepararam o golpe de Estado.

Fora do país, Shinawatra, que possui dois mandados de busca e prisão expedidos contra si por suposto envolvimento em casos de corrupção, foi uma espécie de sombra constante durante a campanha eleitoral.

"O que Thaksin Shinawatra fez durante cinco anos de Governo continua nos corações do eleitorado, que pensa nele", disse Sundaravej à imprensa pouco depois de depositar seu voto.

Após o fechamento dos colégios eleitorais, uma pesquisa de boca-de-urna realizada pelo centro Suan Dusit Rajabhat indicou que o PPP de Sundaravej teria obtido 256 das 480 cadeiras que integram o Parlamento.

A mesma pesquisa deu o segundo lugar, com 162 cadeiras, ao Partido Democrata, maior rival político de Shinawatra e de seus aliados, e que até o levante militar exercia o papel de líder da oposição.

Uma segunda pesquisa boca-de-urna, realizada pela Universidade Assunção da Tailândia, em Bangcoc, deu 202 cadeiras ao partido dos aliados de Shinawatra, e 146 assentos à legenda democrata.

De acordo com a lei eleitoral, o partido que conseguir o maior percentual de votos tem prioridade para estabelecer um Governo de coalizão mediante alianças com partidos de menor representatividade parlamentar.

"Os militares disseram que vão aceitar o resultado das eleições. Isto é bom", disse Sundaravej, político da "velha guarda" que ao longo de sua carreira foi ministro e vice-primeiro-ministro em diversos Governos de coalizão.

O general Sonthi Boonyaratglin, vice-primeiro-ministro interino do Governo instalado pelos militares e líder do golpe de Estado, reafirmou no sábado que o pleito significará o retorno à democracia, independente de qual for o partido vencedor.

O partido Nação Tailandesa, que na semana passada confirmou sua aliança com o Partido Democrata, teria conseguido 29 cadeiras na primeira pesquisa boca-de-urna, enquanto o Partido para o Desenvolvimento Nacional teria conquistado 15 cadeiras.

As outras 18 cadeiras foram distribuídas entre três pequenas legendas de atuação regional, cujos líderes haviam previsto iniciar imediatamente negociações com o Partido Democrata para a formação de uma aliança.

As eleições legislativas, prometidas pelos generais horas após o golpe de Estado, foram realizadas quase cinco meses depois da aprovação de uma nova Constituição, que colocou o Parlamento sob a supervisão de uma comissão formada por militares e burocratas designados pela Coroa.

Na semana passada a Assembléia Nacional criada pelos generais aprovou uma nova lei, que, de acordo com os adversários do Governo interino, permite que os militares retenham parte do poder que atualmente possuem.

A lei que reforça o papel da nova Chefia de Operações para a Segurança Interna, permite aos militares declarar toque de recolher, censurar a imprensa, restringir os movimentos da população, e limitar os poderes do Governo caso considerem que a segurança nacional corre algum tipo de risco.




Fonte: EFE

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