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Nacional
Sexta - 21 de Dezembro de 2007 às 20:00

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Os cintas-largas da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia, decidiram expulsar de seu território todos os garimpeiros de diamantes que não sejam indígenas. A retirada de homens e máquinas está sendo feito de forma pacífica e, segundo informações dos líderes dos índios, dentro de alguns dias não haverá mais nenhum invasor no garimpo. "Só vão ficar os donos da terra", disse hoje o coordenador da Comunidade do Povo Cinta-Larga do Estado de Rondônia e do Noroeste do Mato Grosso, Marcelo Cinta-Larga.

Porém, ainda não está certo se o garimpo será totalmente interrompido. "Queremos parar com essa atividade e preservar a natureza, que está sendo destruída por causa das escavações", disse Marcelo. "Mas isso ainda vai depender do apoio que recebermos do governo para desenvolver projetos de sustentabilidade para o nosso povo." Os cintas-largas, com uma população estimada em duas mil pessoas, estão espalhados em quatro reservas contíguas na fronteira dos Estados de Rondônia e Mato Grosso.

Juntas, elas reúnem quase 23 mil quilômetros quadrados. Há sete anos, a descoberta de diamantes numa das reservas, a Terra Indígena Roosevelt, provocou uma corrida de aventureiros para a região. No auge do garimpo, segundo informações do delegado Mauro Sposito, que coordena o setor de Operações Especiais de Fronteira da Polícia Federal (PF), quase cinco mil não-indígenas estavam acampados nas matas ao redor do Igarapé Lage, onde haviam sido localizados os diamantes.

Para permanecer na área, os invasores davam aos índios uma pequena parcela dos seus lucros. Mas em 2004, no meio de um grave desentendimentos entre as duas partes, 29 garimpeiros foram mortos pelos cintas-largas. Logo em seguida, o governo federal montou uma operação de controle da área, destinada a acabar com o garimpo - proibido por lei em terras indígenas.




Fonte: AE

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