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Internacional
Sexta - 21 de Dezembro de 2007 às 19:46

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MIAMI, 21 dez 2007 (AFP) - Os promotores dos Estados Unidos omitiram na acusação final contra cinco detidos pelo chamado "escândalo da mala" a menção à campanha de um candidato à presidência argentina como destinatária do envio de fundos da Venezuela, algo que haviam feito em apresentações prévias.

Surpreendentemente, o documento da Procuradoria Geral americana, com a assinatura dos três promotores federais, não menciona como destino dos 800.000 dólares venezuelanos qualquer candidato à presidência argentina, referindo-se, apenas, a um "destinatário previsto do dinheiro apreendido".

O caso respingou na atual presidente argentina, Cristina Kirchner, por denúncias anteriores da procuradoria federal que tensionaram a relação entre Washington e Buenos Aires.

Em um encontro entre o venezuelano Franklin Durán, atualmente detido nos EUA como suposto agente secreto da Venezuela, e o empresário de origem americano-venezuelana Guido Antonini Wilson, Durán "advertiu Antonini das conseqüências de que se revelasse a identidade do destinatário previsto do dinheiro apreendido", diz a acusação.

Na primeira denúncia do caso, em 12 de dezembro, e em sua apresentação no dia 17, perante a corte, a procuradoria federal mencionou como suposto destinatário da quantia um candidato à presidência da Argentina.

"Os acusados disseram a Antonini que esses fundos estavam destinados à campanha de um candidato na eleição presidencial de 28 de outubro de 2007 na Argentina", de acordo com a primeira denúncia do promotor Thomas Mulvihill.

O mesmo promotor mencionou em sua primeira aparição no tribunal de Miami que um dos detidos disse a Antonini, em uma conversa gravada pelo FBI, que era a campanha da então candidata e atual presidente argentina, Cristina Kirchner, a destinatária do dinheiro.

No primeiro encontro com Antonini, em 23 de agosto, no restaurante Jackson's Steakhouse, em Fort Laudardale (norte de Miami), "Durán informou Antonini da identidade do destinatário previsto dos 800.000 dólares", acrescenta a acusação, sem revelar o nome.

Além disso, antecipou a Antonini que "autoridades de um governo estrangeiro o perseguiriam se não dissesse que o dinheiro apreendido lhe pertencia".

Em outro encontro, em 27 de agosto no mesmo restaurante, Franklin Durán advertiu Antonini que "pessoas" na Venezuela e na Argentina queriam que se resolvesse o escândalo e que não se conhecesse a verdade, de acordo com a acusação do processo.

A Argentina apresentou um protesto formal pelas denúncias dos promotores americanos ao embaixador de Washington em Buenos Aires, Earl Wayne.




Fonte: AFP

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