Censo mostra interiorização da pecuária bovina
Os resultados preliminares do Censo Agropecuário 2006 do IBGE ilustram um processo de "interiorização e intensificação" da pecuária bovina. Houve, de 1996 a 2006, ocupação de novas áreas no leste do Pará, em praticamente todo o Estado de Rondônia e no noroeste do Maranhão. Outra área de aumento de ocupação por bovinos, segundo o Censo, é a faixa ao longo do Rio Amazonas e alguns afluentes importantes, desde o norte do Pará, seguindo em direção ao norte do Acre.
Segundo a pesquisa, nas áreas onde já havia desenvolvimento da pecuária, especialmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, do Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, houve uma "intensificação da atividade".
Segundo destacam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa, "de modo geral, no centro-sul do País, o porcentual das áreas de pastagem em relação às terras do estabelecimento diminuiu, o que está relacionado ao avanço das lavouras". No Nordeste, "apesar de não se verificar uma mudança claramente marcada na distribuição das áreas onde as pastagens prevalecem, verifica-se a mesma tendência de intensificação pelo aumento da densidade de bovinos".
Segundo o Censo 2006, a produção de leite caiu 19,5% em relação a 1996.
Ocupação
Os dados preliminares sobre o pessoal ocupado nos estabelecimentos agropecuários em 31 de dezembro de 2006 mostram redução de 8,5% em relação ao Censo de 1996, com recuo de 17,9 milhões (1996) para 16,4 milhões de pessoas (2006).
Nesse período, segundo o Censo Agropecuário 2006, aumentou de 75,9% para 78% a participação relativa dos membros das famílias dos produtores no total de ocupados. O aumento, segundo destacam os técnicos do IBGE no documento de divulgação, "foi generalizado no País", com exceções de certas áreas da Região Norte, em especial nos estados do Pará e do Amazonas.
Segundo os técnicos, o crescimento da participação da mão-de-obra familiar no Nordeste, em especial na região que se estende de Alagoas ao norte de Pernambuco, "parece refletir o assentamento de famílias de trabalhadores agrícolas em regiões tradicionais de lavoura de cana-de-açúcar". A exceção está no oeste baiano, onde, segundo a pesquisa, em uma área de agricultura empresarial ligada à soja, introduzida ainda na década de 1980, foi verificada maior proporção de empregados contratados sem laço de parentesco com o produtor.
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