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Policia MT
Quinta - 23 de Maio de 2013 às 07:13
Por: JOANICE DE DEUS

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LORIVAL FERNANDES/DC
Uma das etapas do treinamento de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que tentam se aprimorar para comba
Uma das etapas do treinamento de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que tentam se aprimorar para comba
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão aprimorando a qualidade técnica para o combate ao crime de assalto a banco conhecido como "novo cangaço", em Mato Grosso. 

A modalidade se caracteriza por assaltos violentos a agências bancárias do interior do Estado, em que clientes e funcionários são feitos reféns e escudos humanos. Na fuga, os criminosos costumam colocar fogo em veículos, geralmente em cima de pontes, e adentram áreas de mata. 

Referência nacional em patrulhamento de alto risco, gerenciamento de crises e tiros de precisão, a denominada Tropa de Elite do Estado atua em operações especiais em áreas rurais e terrenos pantanosos. "A partir do momento em que (assaltantes) entram no mato, a exposição ao confronto é iminente", destacou o coordenador da qualificação, o capitão PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola. 

Exemplo disso ocorreu em fevereiro de 2009, em Nova Mutum (250 quilômetros, ao norte de Cuiabá). À época, um assaltante morreu durante um confronto com militares no meio da mata. De lá para cá, outros assaltos na modalidade "novo cangaço" ocorreram em outros municípios como Campos de Júlio e Marcelândia. Em agosto do ano passado, por exemplo, o Bope matou cinco assaltantes que atacaram uma agência bancária em Campos de Júlio (distante 550 quilômetros de Cuiabá). 

Conforme Paccola, 26 assaltantes morreram em confronto com o Bope no ano passado. No mesmo período, mais de 100 prisões foram realizadas. "Desde 2009, tivemos apenas quatro ocorrências em que os bandidos não foram presos ou identificados", destacou. 

Ontem, o Bope contabilizava seis meses e 21 dias sem um roubo a banco no Estado. O último ocorreu em outubro do ano passado, em Comodoro (677 quilômetros da capital). A operação policial que investigava a quadrilha que assaltou duas agências bancárias na cidade terminou com um balanço de oitos pessoas mortas. 

Diante de tantos confrontos e da forma violenta em que as quadrilhas agem, nasce a necessidade de melhorar a operacionalidade técnica com a realização do 1º Curso de Patrulhamento em Ambiente Rural, que tem a participação de 26 policiais, dois deles da Polícia Militar vizinho Estado Mato Grosso do Sul. As aulas são ministradas pelo oficial norte-americano Alfredo Moreno. 

A qualificação tem como frente a aplicação de conhecimentos técnicos nos três diferentes ecossistemas (cerrado, floresta e pantanal). Além do ambiente hostil, a dificuldade de acesso ou locomoção e de comunicação estão entre as dificuldades enfrentadas e para quais, conforme Paccola, os militares estão preparados. Desde quando foi criado, o Bope não contabiliza nenhuma "baixa" ou "perda" de policiais. 

Por isso, ele não tem dúvidas ao afirmar que o grande diferencial do Bope é o seu recurso humano. "O tripé homem, treinamento e equipamento é o que sustenta o Bope. O mais importante é o homem", pontua. Os policiais treinam diariamente. Dentre as disciplinas aplicadas, estão combate em ambiente rural, patrulha rural motorizada, Google Earth para operações policiais, técnicas de rastreamento e contrarrastreamento, busca e varredura, contraemboscada, técnicas de tiro avançadas, entre outras. 





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