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Economia
Quinta - 20 de Dezembro de 2007 às 18:47

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Rio de Janeiro, 20 dez (EFE).- A Petrobras estuda a construção de um pólo gás-químico no Peru e de uma unidade de regasificação no Uruguai, enquanto está reavaliando sua participação em projetos na Venezuela e Estados Unidos, segundo dirigentes da companhia.

O diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que a empresa estuda a possibilidade de se associar com a petroquímica brasileira Braskem na construção de um pólo gás-químico no sul do Peru.

"Ainda não há nada concreto. Apenas a intenção do Governo peruano de instalar o pólo em uma das regiões mais pobres do país com o objetivo de promover seu desenvolvimento", afirmou o executivo em um jantar que os dirigentes da Petrobras ofereceram na noite da quarta-feira a jornalistas de vários meios de comunicação.

Segundo Cerveró, a Petrobras está esperando as definições do Governo peruano sobre os incentivos que oferecerá para o projeto, no qual também entraria como sócia a estatal peruana Petroperu.

O diretor da área internacional disse também que a Petrobras deverá anunciar em breve o achado de uma "grande" reserva de gás natural no Peru, embora não tenha esclarecido o lugar nem se teria relação com o pólo gás-químico.

O executivo apenas esclareceu que a Petrobras explora a área em um consórcio com o grupo hispânico-argentino Repsol-YPF.

Cerveró também não quis antecipar o tamanho da reserva, mas chegou a compará-lo com grandes jazidas brasileiras de gás natural.

"É uma reserva muito importante. Só posso dizer isso", afirmou.

O diretor de abastecimento da companhia petrolífera, Paulo Roberto Costa, afirmou que a Petrobras, que já controla as principais distribuidoras de gás no Uruguai, planeja instalar uma fábrica de processamento de gás natural liquidificado (GNL) nesse país.

"Trata-se de uma unidade para regasificar GNL que importaremos de outros países e com a qual podemos abastecer tanto o Uruguai quanto a Argentina", afirmou Costa em declarações a Efe.

O executivo também não se referiu ao valor do investimento, embora outros tenham dito que pode ser de US$ 400 milhões.

Segundo Costa, a fábrica do Uruguai funcionará como as duas que a Petrobras está instalando nos estados do Rio de Janeiro e Ceará, e que a partir do próximo ano regasificarão o GNL importado de países da África e o Oriente Médio.

Quanto aos projetos que a empresa está revisando, Cerveró citou a participação da Petrobras nos campos de Carabobo (Venezuela) em associação com a venezuelana PDVSA.

O diretor da área internacional admitiu que a Petrobras tem dúvidas em torno da viabilidade econômica do projeto e que pelo mesmo limitaria sua participação a cerca de 10%.

Inicialmente, a Petrobras teria uma participação de 40% em dito consórcio.

"Apesar das grandes reservas (cerca de 45 bilhões de barris), os custos de produção na região são muito elevados (por exigir um pré-refino) e Petrobras tem outros projetos em sua pasta mais viáveis", disse.

A Petrobras anunciou no mês passado, também por causa dos altos custos, que desistiu de outro projeto conjunto com a PDVSA para explorar os campos de Mariscal Sucre, nos quais há indícios de gás natural.

As dúvidas sobre os projetos da Petrobras nos Estados Unidos foram manifestadas pelo próprio presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, que criticou a intenção do Governo de Washington de reformar a lei de cobrança de royalties sobre a prospecção de petróleo.

"É uma mudança de regras que ameaça a viabilidade de algumas áreas", afirmou Gabrielli ao se referir às cerca de 300 concessões que a Petrobras tem para explorar hidrocarbonetos em áreas marinhas do Golfo do México nos EUA.

Gabrielli assegurou que um aumento dos royalties no país, que atribuiu ao interesse do Governo americano de se beneficiar dos atuais altos preços do petróleo, pode reduzir a confiança dos operadores.




Fonte: EFE

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