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Nacional
Quinta - 20 de Dezembro de 2007 às 05:32

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O Brasil conta com 35 milhões de jovens entre 15 e 24 anos. Um panorama sobre a situação dessa parcela da população foi apresentado em uma pesquisa que mesclou informações sobre acesso à educação, saúde e renda para estipular um índice de qualidade de vida da juventude.

O Distrito Federal lidera o ranking de qualidade de vida entre os jovens. É o que mostra o Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2007, divulgado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). O Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) registrado no DF é de 0,666 - em uma escala de vai de 0 a 1.

Em seguida, aparecem Santa Catarina (0,647) e São Paulo (0,626). Os piores índices foram registrados nos estados do Maranhão (0,429), Pernambuco (0,394) e Alagoas (0,367), que aparecem nas últimas colocações entre os 27 estados da federação analisados.

A análise por região mostrou que o Sul aparece em primeiro lugar (0,597), seguido do Sudeste (0,592), Centro-Oeste (0,563), Norte (0,462) e, por último, o Nordeste (0,443).

O sociólogo e responsável pela pesquisa, Júlio Jacobo, falou que as desigualdades se expressam nos três níveis: educação, saúde e renda.

“São os fatores que estão determinando a exclusão dos benefícios sociais. São sempre os mesmos fatores: raça/cor, condições econômicas, gênero, localização geográfica. Sabemos que se alguém nasceu em determinada localidade vai ter condições limitadas ou grandes condições de estudar e trabalhar. Então são esses fatores que estão afetando as condições de acesso à saúde, educação, acesso à internet e etc.”

As conclusões da pesquisa mostram que, na educação, graças a políticas nacionais de combate ao analfabetismo e à universalização na cobertura do ensino fundamental, o analfabetismo juvenil dá sinais de desaparecer a curto prazo.

Em 1993 a taxa de jovens analfabetos era de 8,2%. Em 2001, esse índice caiu para 4,2%, em 2003 para 3,4% e em 2006 para 2,4%.

Em compensação, a qualidade do ensino coloca o Brasil num “plano extremamente deficitário”, aponta o relatório. De acordo com a avaliação do Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb) os níveis de desempenho são extremamente baixos em alunos da 8ª série do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio no domínio da língua portuguesa e da matemática.

Dados do relatório apontam que a mortalidade juvenil vem crescendo historicamente. A principal causa são as mortes externas ou violentas, ocasionadas por homicídios, suicídios e acidentes no trânsito. De acordo com o estudo, 27,2% dos jovens morrem por causas naturais e 72,8% morrem por causas externas. De acordo com o Mapa da Violência 2006, o Brasil aparece como o terceiro país em número de mortes de jovens por homicídios, com taxas de 55,5 para cada 100 mil jovens, só superado pela Colômbia e Venezuela.

Já a média nacional da renda familiar per capita dos jovens, em salários mínimos, indica queda de 15,7% entre 2001 e 2003. Mas também caíram os níveis de concentração de renda, com ganhos em setores de extrema pobreza e queda nas áreas de renda elevada.

O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Joe Valle, disse que os dados levantados pelo estudo são necessários para auxiliar e ser referência na elaboração de políticas públicas.

“Não tem como trabalharmos políticas públicas se não temos informação. Mas é preocupante vermos que estamos crescendo, mas num ritmo que ainda não é adequado. Então para que nós lancemos num nível de competição mundial, nós precisamos acelerar o ritmo da melhoria da qualidade de vida do jovem. Isso é o que percebemos claramente nesse relatório e por isso ele é importante”.

Para o secretário, um caminho para se resolver alguns problemas apontados pelo relatório é a “convergência” de políticas públicas envolvendo todos os ministérios, para que seja possível criar políticas de estado para melhorar todas as ferramentas que envolvem o trabalho do governo direcionado ao jovem.

O Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2007 utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2006 (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); do Sistema de Informação sobre Mortalidade de 2005 (SIM/DataSUS), do Ministério da Saúde; e os relatórios do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação (2005).





Fonte: ABr

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