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Nacional
Quarta - 19 de Dezembro de 2007 às 22:11

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MACEIÓ - O líder comunitário Antônio Fernando da Silva, coordenador estadual do Fórum pela Moralização Eleitoral em Alagoas, protocolou nesta quarta-feira, 19, à tarde uma representação no Ministério Público Estadual solicitando que a instituição entre com uma ação civil pública contra os envolvidos no desvio de R$ 200 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas.

"Um Estado pobre como Alagoas não pode se dar ao luxo de deixar que Ali Babá e os quarenta ladrões façam uma farra com o dinheiro público, usando o sagrado dinheiro do duodécimo, impunemente", justifica Fernando CPI, que é líder sindical, já foi candidato a deputado estadual e continua filiado ao PTB.

Na representação, Fernando CPI pede o Estado seja ressarcido do dinheiro desviado dos cofres da Assembléia. "Esses R$ 200 milhões dariam para construir milhares de casas, dariam para alimentar centenas de famílias, daria para recuperar escolas, estradas, comprar medicamentos, equipamentos para a saúde. Quanta gente não morreu na falta desse dinheiro. Por isso, acho importante que o Ministério Público Estadual se posicione", justificou Fernando CPI.

Para o líder comunitário, os deputados estaduais envolvidos no esquema deveriam ter o mandato cassado e impedidos de ocupar cargos no serviço público. Os ex-deputados e demais envolvidos no esquema também deveriam ter os direitos políticos cassados. "É por isso que eu entrei com essa representação e vou procurar outras instituições, para cobrar o aprofundamento das investigações e a punição de todos os envolvidos nesse golpe", enfatizou CPI.

Apesar de já ter sido ameaçado de morte, Fernando CPI não teme retaliação dos líderes da quadrilha, que estão todos soltos. "Nunca tive medo de denunciar ninguém, porque sempre faço com base em documentos e em defesa da coletividade. Por isso, desafio a qualquer um dizer que eu já tirei proveito pessoal em qualquer denúncia que eu já fiz, quem mim conhece sabe que eu vivo com a minha família no limite da dignidade, mas não me vendo e nem me dobro aos poderosos", afirmou o líder comunitário, que reside no bairro da Jatiúca.

Indiciados

Nesta tarde, mais dois ex-deputados estaduais, Gervásio Raimundo e Timóteo Correia prestaram depoimento e foram indiciados pela Polícia Federal, acusados de participação na quadrilha que desviou os recursos da Assembléia. Ao todo, mais de 50 pessoas já foram indiciadas e vão responder na Justiça por envolvimento no golpe, entre as quais dez deputados estaduais, sete deles membros da atual Mesa Diretora da Assembléia, presidida por Antônio Albuquerque (DEM) - também indiciado e acusado de ser o chefe da quadrilha.




Fonte: Estado de S.Paulo

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