Governo negocia com a oposição para garantir liberdade de gastos
Enquanto afirma que não vai haver aumento de impostos para compensar o fim da CPMF, o governo luta para aprovar a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que basicamente dá mais liberdade para o governo federal gastar o dinheiro como quiser. O objetivo é evitar que a discussão sobre como a CPMF será substituída - por novos aumentos de tributos ou por corte de gastos - atrapalhe a aprovação da DRU.
Para votar nesta quarta-feira (19) o segundo turno da Desvinculação das Receitas da União (DRU) e garantir sua aprovação, a base governista aceitou suspender por 120 dias as dívidas de R$ 12 bilhões dos bancos estaduais de Rondônia e do Paraná com a União, numa concessão aos partidos aliados. Depois, a negociação será com o Tesouro.
Em uma noite de confraternização com aliados, Lula garantiu que não haverá aumento de impostos. “Não haverá pacote, não haverá aumento de impostos neste fim de ano. Não haverá sobressaltos. A economia pode dormir tranqüila. A alternativa, num primeiro momento, é corte de gastos. O governo vai cortar gastos e procurar agilizar melhor as despesas, ou seja, focar melhor as despesas”, garante o líder do Governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Garantias para opositores
Foi um recado direto para a oposição, que ontem passou o dia pedindo garantias de que o governo não vai aumentar impostos. Caso contrário, prometia rejeitar a proposta de prorrogação da DRU, o mecanismo que permite ao governo gastar como quiser 20% do orçamento. O ministro José Múcio disse ainda que estuda como evitar os cortes nas emendas parlamentares.
O líder do partido Democratas no Senado, José Agripino, gostou da promessa de Lula. Mas disse que ainda quer negociar um pouco mais com o governo antes de votar a favor da DRU. “Na medida em que o governo diga que não vai haver aumento de carga tributária, o governo criou a senha para que a votação aconteça, mas isso não é tudo. Ainda existem algumas outras demandas a serem preenchidas."
(Com informações da Agência Estado e do Bom Dia Brasil)
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