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Agronegócios
Terça - 18 de Dezembro de 2007 às 14:46

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A batata é a quarta cultura em ordem de importância no mundo, após o trigo, arroz e milho, com uma produção média de 3,1 milhões de toneladas (FAO 2006). Para identificar fatores críticos na produção de batata, Henry Sako e Fernando Pretti Rimério, alunos do 5º ano de Engenharia Agronômica, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), desenvolveram pesquisa sobre o assunto em uma empresa produtora de batata, com área plantada em torno de 500 hectares por ano, localizada em Itapetininga (SP).

Analisando o mercado da batata desde 2001, é possível observar que existe uma oscilação de preço, principalmente nas safras das águas, ou seja, na colheita de novembro a abril, de forma a afetar o rendimento econômico da empresa. Para diminuir os riscos gerados pelo mercado, foram aplicados métodos gerenciais consagrados no setor industrial, com foco nos pontos críticos da produção. “O que observamos no período em que realizamos o trabalho é que não se deve levar em consideração só a parte técnica, mas também aspectos gerenciais da produção”, diz Sako.

O trabalho foi realizado em um produtor de pequeno porte, em 4 fases. Na primeira, o processo foi dividido em etapas e foi aplicado o mapeamento dos processos, identificando os fornecedores e clientes (internos e externos), insumos, produtos, máquinas e mão-de-obra utilizada. “Elencamos todas as etapas, desde a semente até a colheita da batata, avaliamos e, ainda, foram feitas propostas para melhoria contínua do processo”, comenta a doutoranda Roselane Biangaman de Matos, orientadora da pesquisa.

Após o mapeamento, foi realizada uma seleção dos produtos considerados críticos para o desempenho da empresa com aplicação do FMEA, método de gestão de processos que analisa as falhas e seus efeitos e que é originário de outras áreas de pesquisa da engenharia de produção. “Essa metodologia se baseia através do censo realizado pelas equipes técnica e de campo, por meio da geração de índices de ocorrências, severidade e detecção. Através desses 3 índices encontramos o que é crítico e podemos seguir com o monitoramento”, explica o aluno.

Com a coleta de dados no campo (etapa 3), o processo é avaliado, desenvolvem-se os indicadores de desempenho importantes para monitorar as falhas detectadas e efetuar posteriores correções (etapa 4), gerando-se a melhoria contínua do processo avaliado. “É um processo contínuo, que permite à equipe de campo avaliar a atividade e corrigi-la de imediato. A parceria entre pequenos produtores e alunos é muito importante para os envolvidos, tanto para os alunos que tem a oportunidade de antecipar a realidade profissional, quanto para os produtores que podem ter acesso aos novos métodos de pesquisa desenvolvidos”, diz a orientadora.

Além de proporcionar uma vivência prática aos alunos de graduação, a conclusão que se chega é que a pesquisa obteve sucesso para a agricultura porque proporciona ações de melhoria e faz com que os produtores consigam visualizar que isso é possível. Uma vez implantado no espírito de cada equipe, todo o processo pode seguir de forma autônoma.

O trabalho “Fatores críticos do processo produtivo da batata”, orientado pelo professor Marcos Milan, do departamento de Engenharia Rural (LER), e por Roselane Biangaman de Matos, doutoranda do programa de pós-graduação em Recursos Florestais, conquistou segundo lugar como trabalho apresentado em painel, no XIII Encontro Nacional de Produção e Abastecimento de Batata, IX Seminário de Batata Semente e IV ABBA Batata Show, realizados no mês de outubro, em Holambra (SP).





Fonte: Agronotícias

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