Delegado culpa um tenente e um soldado pela simulação desastrosa em Roo

A Polícia Civil de Rondonópolis (212 km ao Sul), concluiu e entrega nesta terça-feira (18.12), ao Fórum da comarca do município, o inquérito do incidente da Polícia Militar que resultou na morte do estudante Luiz Henrique Bulhões, de 11 anos e no ferimento de outras nove pessoas, durante uma simulação de ação anti-seqüestro, ocorrida na cidade em maio deste ano.

Segundo o delegado regional de Rondonópolis João Pessoa, com a conclusão do laudo da Reprodução Simulada dos fatos, apresentado na sexta-feira (14), pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), foi possível responsabilizar dois policiais militares pelo incidente e finalizar a participação da Polícia Civil no caso.

A polícia indiciou pelo crime de fraude processual, o tenente Gyancarlos Paglyneare por ter determinado a retirada do ônibus do local dos fatos, desconfigurando a cena do crime, desobedecendo às normas legais. Indiciou também o soldado Cleber dos Santos Souza, por homicídio culposo.

Os dois responderão administrativamente e criminalmente pelos seus atos. Administrativamente eles poderão ser punidos com a exclusão dos quadros da PM.

O inquérito foi conduzido pelo delegado Washington Eduardo Borreri, sob a coordenação do delegado regional João Pessoa.

Em maio deste ano, policiais militares iriam simular uma situação de sequestro. Ao menos 400 pessoas assistiram a cena. O plano dos policiais era invadir um microônibus onde pessoas eram mantidas reféns. Isso deu certo. Ocorre que os policiais entraram atirando e, ao invés de balas de festim saíram de uma das armas munições de verdade. Conclusão: um estudante de 11 anos morreu baleado na cabeça e nove pessoas foram levadas para o hospital com ferimentos devido aos estilhaços das munições.