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Nacional
Segunda - 17 de Dezembro de 2007 às 19:19

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RECIFE - Sem mais o temor de deportação ou prisão, os músicos cubanos Miguel Nuñez Costafreda, Arodis Verdecia Pompa e Juan Alcidez Diaz aguardarão em liberdade e com permissão para trabalhar a decisão do Conselho Nacional de Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, sobre o pedido de refúgio político feito hoje na sede da Polícia Federal (PF) de Pernambuco, no Recife. A reunião do Conare, ainda sem data definida, deve ocorrer até fevereiro.

O secretário nacional de Justiça e presidente do Conare, Romeu Tuma Júnior, que esteve na sede da PF, mas não falou com Costafreda, Pompa e Diaz - uma vez que julgará o requerimento -, afirmou que eles ficarão na condição de refugiados e não como asilados políticos. Tuma Júnior afirmou que o asilo é solicitado quando envolve crime político. O caso dos cubanos é de medo de perseguição política. O salvo-conduto da Justiça deve ser entregue amanhã aos Costafreda, Pompa e Diaz.

Primeiro a depor, Diaz afirmou que ele e os companheiros estavam impedidos de se expressar livremente com a arte. "A música que fazemos é a verdadeira música cubana, pré-revolucionária (anterior ao regime político adotado pelo presidente Fidel Castro)", disse, ao comparar a música à do Buena Vista Social Club, resgatada para o mundo num documentário realizado pelo cineasta alemão Wim Wenders. O Buena Vista Social Club era uma antiga casa de shows em Havana, que deixou de existir na década de 50.

Diaz assegurou que, se voltassem a Cuba, seriam coveiros, engraxates, mas não músicos. Diaz confirmou a informação do advogado José Antônio Ferreira de que assim que terminavam alguma apresentação, os instrumentos eram recolhidos. "Nossa situação estava muito difícil", disse, otimista quanto à receptividade do Brasil em relação à música. "O Brasil vai gostar do que fazemos", afirmou. Aliviado por não ter de voltar ao país de origem, ele e os colegas sabem que é difícil, mas se dispõem a lutar pela vinda das famílias - todos têm filhos - ao País. Integrantes do grupo musical Los Galanes - composto por seis músicos -, que veio a Pernambuco para seis shows no período entre os dias 5 e 12, eles não embarcaram de volta e tiveram a ajuda do professor de dança Gleidson Silva para se esconder e se mobilizar com o objetivo de ficarem no País.




Fonte: AE

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