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Internacional
Segunda - 17 de Dezembro de 2007 às 17:19
Por: Valquíria Rey/De Roma

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A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) alertou nesta segunda-feira que o aumento dos preços dos produtos alimentares de base nos países em desenvolvimento pode elevar a fome, afetando milhões de pessoas.

"Menos pessoas terão acesso aos produtos alimentares devido ao aumento dos preços", afirmou o diretor-geral do órgão, Jacques Diouf. “Devemos agir de modo precoce para não chegar a essa situação. A criação de um sistema de financiamento internacional ajudará a enfrentar esse problema."

A organização propôs um plano de ação que inclui o estabelecimento de bônus destinados aos agricultores e anunciou que investirá US$ 17 milhões (cerca de mais de R$ 30 milhões) de seu próprio fundo na iniciativa.

Com os bônus, cujos detalhes ainda não foram definidos, Diouf acredita que é possível chegar a um crescimento de 20% da produção.

No entanto, o diretor-geral da FAO alertou que a organização não poderá agir sozinha na iniciativa e espera a ajuda financeira dos países-membros e de organizações não-governamentais.

Segurança alimentar

Diouf disse que é necessário criar uma rede de segurança alimentar, incentivando a produção por meio de medidas como o melhor acesso a sementes, fertilizantes e atividades de zootecnia, além de dar mais proteção aos consumidores pobres e mais vulneráveis ao aumento de preços.

"O aumento dos preços tem gerado tensões em muitas partes do planeta. Países como a Argentina, Bolívia, Equador, México e Índia estão buscando reduzir os efeitos locais dessa alta de preços com a limitação das importações e a redução das tarifas alfandegárias de importação sobre os produtos alimentares", disse.

"Mas é impossível que as políticas nacionais sejam suficientes para proteger os setores vulneráveis da população. Por isso, é necessária uma ação internacional combinada para aumentar a produção nos países mais atingidos."

O diretor-geral da FAO disse ainda que a política de biocombustíveis deve ser coordenada em nível internacional, tendo sempre como prioridade o combate à fome.

Em junho do próximo ano, a organização realiza uma conferência internacional sobre segurança alimentar em que deve ser discutido o mercado de biocombustíveis, seu impacto no ambiente e na produção de alimentos.

O uso crescente de cereais, açúcar e oleaginosas para produzir etanol e biodiesel, substitutos de combustíveis fósseis, é uma das questões que serão analisadas.

A meta é construir um marco regulador para os biocombustíveis, que libere seu potencial para reduzir a fome e a pobreza em países que têm condições competitivas para produzi-los.

A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto com outros chefes de Estado, é aguardada.





Fonte: BBC Brasil

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