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Cidades/Geral
Segunda - 17 de Dezembro de 2007 às 14:20

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Com o slogan 'Arquitetura como a vida que a gente quer pra gente', o arquiteto Paulo César Molina Duarte Monteiro, integrante da Comissão Especial de Obras do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, recebeu este mês o prêmio nacional Arquiteto do Ano 2007, concedido durante o 31º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas e 3º Seminário Nacional de Assistência Técnica. Os eventos são promovidos pelo Ministério das Cidades; Caixa Econômica Federal; Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea); Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) e Federação Nacional dos Arquitetos (FNA), em Salvador.

"Foi uma surpresa fantástica ser escolhido como Arquiteto do Ano do Brasil. Inicialmente fiquei muito orgulhoso por representar Mato Grosso, pois a credibilidade do prêmio é bastante significativa. Não tinha grandes esperanças de ser escolhido, pois os projetos da região Sudeste são mais sofisticados, já que recebem mais aporte financeiro. Em nosso Estado temos outra realidade, pois temos menos recursos. Mas o diferencial desse prêmio foi que eles levaram em consideração a criatividade e a sustentabilidade dos projetos", declarou o arquiteto, que recebeu um diploma e uma estatueta.

Para o arquiteto, o prêmio foi um reconhecimento de que ele está no caminho certo e também representa uma feliz oportunidade para divulgar a real dimensão da arquitetura, "vista como superficial até pouco tempo, mas que é essência na vida das pessoas", destacou.

Já o presidente da FNA, Ângelo Arruda, afirmou que o arquiteto Paulo Monteiro marca sua presença no território de Mato Grosso com um trabalho sempre inovador. "Suas obras pousam suavemente na cidade, numa composição que argumenta as possibilidades da forma, da função e do espírito do lugar, criando possibilidades de uma interação sutil entre o homem e a natureza exuberante do cerrado. Trabalha todas as alternativas para vencer as adversidades climáticas da nossa região, com um resultado fantástico e belo", afirmou.

Entre os diversos projetos desenvolvidos para o Poder Judiciário do Estado, o arquiteto destaca a edificação que abrigará o Centro de Treinamento, o Centro Cultural e a Escola da Magistratura, que deve ser inaugurada em fevereiro de 2008. O prédio foi construído no Centro Político Administrativo, de frente para a Praça das Bandeiras, com projeto executado em uma área aproximada de 3 mil metros quadrados, totalizando 1.680 m² de área construída.

"O prédio é conceitual, pois traz a idéia de se harmonizar e se contextualizar ao meio ambiente em que está inserido. A cobertura, em estrutura metálica e telhas termo-acústicas, se desenvolve em arcos sobre a construção, gerando um grande vão livre que propicia uma generosa área avarandada de sombra e de ventilação e iluminação, natural como uma grande mangueira, que dá sombra e frutos. O propósito desta arquitetura é corresponder à postura do Poder Judiciário de ser próspero, eficiente e contemporâneo, trazendo aos servidores e à sociedade um espaço onde haja acesso ao conhecimento de forma ampla e viva", salientou o arquiteto.

Uma das características mais marcantes dessa obra é a atenção aos movimentos do sol e às características culturais da região, com objetivo de amenizar o calor de Cuiabá. O projeto arquitetônico foi desenvolvido para gerar conforto ambiental por meio da manipulação da energia natural em detrimento ao uso da energia artificial. Um dos artefatos utilizados é a cobertura móvel por controle remoto, além de motores elétricos movidos a energia solar, cuja abertura proporcionará a exaustão espontânea do ar quente acumulado no ambiente, proporcionando maior conforto térmico no seu interior.

Para Paulo César, a arquitetura traduz oportunidade de interferir na natureza, de maneira sustentável, recriando um novo cenário. Na opinião dele, a arquitetura deve reconectar o homem à natureza, procurando criar ambientes que levem à sensação de bem-estar e harmonia. "Na maior parte do tempo as pessoas vivem dentro de um ambiente que alguém projetou. Se o ambiente for positivo, vai emanar boas energias e permitir a felicidade de quem vive ali. A arquitetura é uma forma de criar cenários para as pessoas serem felizes, tanto em obras públicas quanto privadas", conceitua Paulo César.

Graduado pela Universidade Metodista Izabela Hendrix, de Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1995, o arquiteto traz na bagagem um trabalho de pesquisa arquitetônica em nove países da Europa e do Norte da África, além de vários cursos de aperfeiçoamento e atualização profissional. Entre outros, estudou na Cambridge School of Languages, em Cambridge, na Inglaterra, em 1997; fez curso sobre Feng Shui em Belo Horizonte em 1994; participou da Bienal Internacional de Arte Contemporânea, em São Paulo (1989); da Bienal Internacional de Arquitetura, em São Paulo (1993); do Congresso Internacional de Arquitetura de Barcelona (1996).





Fonte: TJ-MT

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