Ministério Público do Trabalho quer reduzir a carga horária de caminhoneiros
Motorista de caminhão há 30 anos, Hélio Martins segue toda semana a mesma rotina. Ele trabalha para uma transportadora e é obrigado a fazer em dois dias 2.200 quilômetros, o caminho de ida e volta entre São Paulo à Rondonópolis. ' Tem dias em que trabalho 15 à 16 horas direto, é sempre assim' declara o caminhoneiro.
Se ação proposta pelo Ministério Público do Trabalho for acatada pelo poder judiciário, a jornada dos caminhoneiros deve ser reduzida.O Ministério Público protocolou uma ação civil pública com um pedido de liminar na Vara de Trabalho de Rondonópolis, para que as transportadoras e a Agência Nacional dos Transportes (ANTT) controlem a jornada de trabalho dos caminhoneiros de todo país. Para a Associação dos Transportadores de Carga a medida deverá contribuir na redução de acidente em estradas e também aumentar a qualidade de vida dos motoristas, mas para funcionar na prática vai precisar de muitos investimentos.
De acordo com o presidente da Associação de Cargas, Miguel Mendes, hoje os equipamentos disponíveis para esse controle é o tacógrafio, que não é 100% seguro para esse controle, ' uma vez que pode ser manipulado pelos próprios condutores' explica. O presidente ainda disse que o rastreador via satélite ainda é uma tecnologia muito cara e nem todas as empresas teriam condições para utilizar o equipamento em seus veículos.
O documento pede ainda para que o tráfego de veículos pesados seja suspenso, das 22h às 5h. 'Acreditamos que a saída ao mesmo tempo dos veículos criará um tipo de comboio, isso dificultará as ultrapassagens, outros motoristas com pouca consciencia deverá buscar várias ultrapasagens, aumentando o risco de acidentes' explica Miguel Mendes. O poder judiciário afirmou que deve analisar até o fim desta semana.
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