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Nacional
Domingo - 16 de Dezembro de 2007 às 19:08

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Pai do lutador de jiu-jítsu Ryan Gracie, encontrado morto em uma delegacia de São Paulo no sábado (15), Robson Gracie disse que vai processar o médico Sábino Ferreira Faria pelo atendimento prestado ao filho.

A declaração foi feita na tarde deste domingo (16), após o enterro do lutador, realizado

no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O atleta foi enterrado vestindo quimono e faixa preta, sob aplausos de 200 amigos e familiares.

Como a irmã de Ryan, Flávia, Robson Gracie reclamou da quantidade de remédios prescrita ao filho: "Vem um médico, dá uma dose brutal, violenta nele, sob os protestos da minha filha. E o que acontece? O garoto morre. Vou processar não porque o Ryan morreu. Ele está morto." Ryan deixou um filho de 6 anos, Rayron, que mora no Rio com a mãe, Elaine, além de oito irmãs e três irmãos.

Segundo ele, as ações do filho na sexta-feira - ele roubou um carro e tentou roubar uma moto, até ser contido por um grupo de motoboys - são resultado do vício que o filho tinha em drogas. "O Ryan (saiu) em busca de socorro, procurando fugir de um monstro inexistente que só existia na cabeça dele", ressaltou. O pai admitiu que o lutador precisava de ajuda.

A exemplo do que havia dito na sexta-feira (14), ao "Jornal da Globo", Robson Gracie disse que Ryan foi preso "com toda a razão". E lembrou que, depois de fazer exames no Instituto Médico Legal (IML), na madrugada de sábado (15), ele ligou para a mãe e afirmou estar bem.

R$ 5 mil por laudo médico

Flávia Gracie, irmã do lutador Ryan Gracie, reclamou durante o velório de Ryan do excesso de remédios prescritos ao lutador de jiu-jítsu. Segundo Flávia, o médico foi chamado pela família para fornecer um laudo de que Ryan estava doente e que, por isso, deveria ser encaminhado para um hospital, em vez de ficar na delegacia.

"Ele deveria ter visto o que ele tinha tomado antes de encher ele de remédios, tudo em triplo. Perguntei: isso não pode matar ele?", disse ela, acrescentando ter pago R$ 5 mil pelo laudo.

Segundo a irmã do lutador, o médico disse que doparia Ryan para ele "não desse problemas" e garantiu que ele teria resistência para tomar os remédios.

Flávia contou ainda que, ao chegar a delegacia, depois de tomar os remédios, o irmão já não conseguia mais andar. No dia seguinte, ao saber da morte de Ryan, o médico teria ligado para pedir desculpas. "A polícia também errou ao levá-lo para a delegacia", disse.

Procedimento médico

De sua clínica em Atibaia, na Grande São Paulo, Sabino Ferreira de Faria falou por telefone à reportagem do G1 e afirmou ter "plena convicção" de ter feito o melhor que pôde no caso de Gracie.

O médico disse entender, como psiquiatra, a postura da irmã do atleta diante do sofrimento que ela e a família vivem neste momento. “Acho que quem vai poder responder esse assunto de maneira fidedigna são os profissionais competentes do IML da USP, após os devidos procedimentos”, afirmou.

O psiquiatra nega ter dado medicação excessiva para Gracie. “Alguns médicos disseram até que eu dei remédio 'de passarinho' para um homem de 110 kg", disse.

Sabino disse que nos 31 anos de profissão lidando com dependentes de droga, presenciou apenas dois casos de óbito, incluindo o do lutador. “Gostaria de não ter tido nenhum”, disse. Ele contou que a irmã do atleta presenciou todo o procedimento feito depois da prisão de Ryan.

O médico disse ter ficado na delegacia até o início da manhã de sábado (15). Ele afirma ter saído do 91º Distrito Policial e chegado em Atibaia por volta da 7h40, quando recebeu a ligação do delegado informando da morte de Ryan.

Enterro

O corpo do lutador Ryan Gracie foi sepultado neste domingo sob aplausos e com a presença de 200 pessoas, entre amigos e parentes. Um dos mais emocionados era o pai do atleta, Robson Gracie, que fez vários elogios ao filho. O enterro foi encerrado com palmas e gritos de “mestre”. Ele foi sepultado com quimono e faixa preta.




Fonte: G1

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