Repórter News - reporternews.com.br
Noticias da TV
Sábado - 15 de Dezembro de 2007 às 18:15

    Imprimir


Otaviano Costa tinha vários projetos para sua carreira até poucas semanas atrás, mas jura que nenhum deles incluía um papel em novelas. O intérprete do mulherengo Bruno em Amor e Intrigas desenvolvia um programa voltado para o público universitário para a TV fechada e um espetáculo teatral.

Ao buscar fitas de arquivo de seus programas na Record para usar na peça, encontrou amigos que o surpreenderam com a oportunidade para um teste de elenco. Agora, Otaviano recebe muitas broncas do público nas ruas em função do comportamento nada convencional de Bruno. Além de desejar todas as mulheres da trama, o executivo maltrata os pais, interpretados por Rogério Fróes e Sônia Guedes.

"As pessoas reclamam, dizem que tenho que tratar bem os idosos. Sinal de que estão assistindo e gostando", deduz, sem esconder que muitas vezes o retorno de público vem junto com uma piada que não tem a ver com seu trabalho. "Sempre me perguntam como eu deixo a Flávia Alessandra dançar nua. Tudo bem, não ligo. Tenho ciúmes dela, mas não por isso", despista, referindo-se as cenas da personagem Alzira, interpretada por sua mulher em Duas Cara", da Globo.

A volta repentina à teledramaturgia causou um frio na barriga de Otaviano. Em uma carreira repleta de passagens por várias emissoras na TV aberta, seu currículo conta apenas com uma novela, "Éramos Seis", exibida em 1994 pelo SBT. O ator chegou a interpretar outros personagens, mas nenhum deles naturalista. Além disso, apesar dos 19 anos de carreira, a maior parte de seus trabalhos foi apresentando programas na Band, Record e na MTV. "Me acostumei a olhar para a câmara e improvisar. Agora olho para as pessoas que contracenam comigo e fico preso a um texto", observa.

Para não fazer feio, Otaviano contou com a ajuda de Ronaldo Nogueira, preparador de elenco da Record. Além de, é claro, ensaiar algumas de suas cenas com a mulher, a atriz Flávia Alessandra. E, apesar dos universos completamente diferentes, já está aprendendo a aproveitar as experiências anteriores. Como na época em que interpretava vários personagens no infantil Casa da Angélica, do SBT, e nas Pegadinhas do Faustão. "Comecei cedo a conviver com atores e sempre observei muito. O artista tem de desenvolver essa prática sempre", filosofa.

Mas observar com atenção suas próprias cenas não faz parte das atividades cotidianas de Otaviano. Apesar da insegurança inicial, o ator prefere fazer uso dos capítulos de Amor e Intrigas na sua função original: entreter. E, para entrar ainda mais no clima de telespectador, tem o hábito de assisti-los sem qualquer olhar crítico e bebendo uma taça de vinho. Essa postura, segundo o próprio, ajuda a dar leveza na hora de gravar tomadas futuras. "Se me deixar ficar "noiado", não vou conseguir me concentrar. Sigo a intuição e ouço meus diretores", diz, com ar de aluno aplicado.

O contrato de Otaviano vale apenas para a novela, mas sua expectativa é assinar por mais tempo e engrenar a carreira de ator. Mesmo que, no futuro, apareça alguma oportunidade para apresentar algum programa ou quadro na emissora. "Adoro TV e tudo que ela me proporciona. Mas estou me esforçando para ficar na dramaturgia. Tem um gosto de novidade e isso me motiva", afirma ele, que toca também uma empresa de conteúdo para TVs corporativas, a Share Brand Entertainment.

Garoto prodígio

Otaviano Costa nasceu em Cuiabá, no Mato Grosso, mas começou a carreira em São Paulo, aos 15 anos. Um ano depois de se mudar para a capital paulista para jogar vôlei pelo Banespa, bateu na porta da rádio Jovem Pan e conseguiu uma vaga como locutor e imitador. No ano seguinte, assinou contrato com o SBT e entrou para a Escolinha do Golias, como ator. Depois de seis meses, assumiu um dos postos de VJ da MTV. "Fui da geração da Maria Paula, Astrid Fontenelle e Zeca Camargo", gaba-se.

Em 1994, voltou para o SBT no Casa da Angélica. Atuava em esquetes e novelinhas infantis dentro do programa. No mesmo ano, entrou em Éramos Seis, interpretando o jovem Tavinho, e apresentou o Check Point, produção independente exibida pela CNT. No ano seguinte, voltou para Cuiabá como diretor de programação e VJ da MTV local. Só em 1997 mudou de ares e foi parar no Rio de Janeiro, na equipe do Domingão do Faustão.

"Me chamaram para as Pegadinhas, mas logo passei a fazer reportagens e animar a platéia antes do Fausto entrar", lembra. Foi assim que conseguiu a indicação para substituir Luciano Huck no H, da Band. Do próprio Fausto Silva. "Ele mandou uma fita minha enquanto eu estava viajando a trabalho", recorda.

De "H", o programa virou "O+" e permaneceu na grade da emissora por dois anos. Até que Otaviano recebeu uma proposta, segundo o próprio, "irrecusável", da Record. Foram três anos apresentando o Domínio Público, Jogos de Família e o Domingo Espetacular. O contrato terminou no fim de 2004 e, desde então, Otaviano fez aparições em coberturas de Carnaval para a Band e resolveu investir no segmento das TVs corporativas. "Sou maduro e entendo que existem épocas fartas e outras mais fracas no meio artístico. Mas sei que nunca vou largar a tevê aberta", planeja.

Instantâneas

# Otaviano e Flávia Alessandra se conheceram durante um evento em um cruzeiro que os dois apresentaram juntos. De lá para cá, poucas vezes conseguiram trabalhar juntos.

# Durante três anos, o ator tocou na noite paulistana com o grupo Os Tomés. A banda tocava sucessos do Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e outros grupos de rock e pop.

# Atualmente, a empresa de Otaviano está desenvolvendo uma programação para ser exibida em táxis que rodam a cidade de São Paulo.

# Antes de assinar com a Record, Otaviano estava trabalhando em um projeto de programa para a emissora interativa TV Jam, encomendado pela produtora KN vídeo.




Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/194122/visualizar/