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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sexta - 14 de Dezembro de 2007 às 22:47

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RECIFE - Autorizado pela Executiva Nacional do PP, o deputado José Janene (PR) teria negociado com o PT, em 2003, o pagamento do advogado Paulo Goyaz, que defendia o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 ações interpostas pelo PT no Acre. O dinheiro foi repassado em três parcelas - duas de R$ 300 mil numa agência do Banco Rural em Brasília e uma de R$ 100 mil num hotel também no Distrito Federal - em espécie. O ex-assessor de Janene João Cláudio Genu foi encarregado de receber o dinheiro, repassado com recibo para Goyaz, que havia cobrado um total de R$ 900 mil pelos serviços. As declarações foram feitas pelo ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), na tarde de hoje, em depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, no Recife. Corrêa é um dos 40 réus na Ação Penal 470, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o esquema de compra de votos denunciado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ). O esquema ficou conhecido como "mensalão".

Acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o ex-deputado do PP de Pernambuco negou as acusações e afirmou acreditar que o Judiciário desfará a injustiça a teria sido submetido. "Não tive nenhum envolvimento nessa história", afirmou, ao frisar que nunca tinha visto o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, nem nunca havia ouvido falar de "mensalão" até a denúncia de Jefferson.

Interrogado pelo juiz César Arthur Cavalcanti e pelos procuradores do Luciano Sampaio Rolim e José Alfredo Paulo Silva, do Ministério Público Estadual (MPE), Corrêa disse que o deputado José Genoino (PT-SP) procurou o PP no início de 2003, logo depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o partido compusesse a base de sustentação do governo. Em abril, a aliança estava feita.

O deputado do PP destacou que nunca conversou com o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), os ex-secretários de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares e Geral Sílvio Pereira e Genoino - também réus na ação - sobre repasse de dinheiro do PT para o PP;

Corrêa disse nada saber e não ter acompanhado de perto a transação. Ele afirmou, porém, que a função de Genu no episódio era de "mula". Corrêa observou que o PP costumava arcar com as despesas advocatícias dos deputados, que a legenda estava sem dinheiro e que não podia receber recursos na conta bancária porque estava bloqueada por causa de execuções judiciais trabalhistas. Apenas soube que o PT arcaria com parte das despesas da defesa de Santiago. Não sabia da origem desse dinheiro, nem o valor.




Fonte: AE

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