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Nacional
Sexta - 14 de Dezembro de 2007 às 20:57

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A representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Maria Vilah de Mattos, cobrou hoje mais participação da sociedade civil nas discussões referentes ao destino das 76 famílias desabrigadas pelo terremoto que atingiu na madrugada de domingo a região de Itacarambi, no norte de Minas Gerais. A maior parte das famílias da comunidade Caraíbas, arrasada pelo tremor de 4,9 pontos na escala Richter, dependia do trabalho na roça. A decisão de que as residências destruídas ou condenadas serão reconstruídas no bairro São José, na área urbana da cidade, foi tomada pela prefeitura e um representante do governo estadual.

"Os atingidos têm de ser ouvidos para dizerem o que querem. Quando você tira um agricultor do campo e leva para periferia da cidade, ele vai virar migrante, bóia-fria. É como arrancar as raízes do lavrador, do camponês", afirmou Vilah. O governo estadual divulgou uma nota ontem afirmando que a alternativa do bairro São José foi apresentada aos ex-moradores de Caraíbas, que concordaram com o novo local. Porém, os interesses ainda são muito diversos, disse o vereador Adenauer de Oliveira (PSDB), que considerou a decisão "precipitada".

Em meio à discussão, nas últimas horas surgiu uma nova proposta para que os próprios ex-moradores adquiram a fazenda Junco, de 620 hectares - na qual o prefeito da cidade, José Ferreira de Paula (DEM), possui participação - por cerca de R$ 1,5 milhão, financiados em 10 anos por meio de um crédito fundiário. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itacarambi, José Luiz da Silva, além de desabrigados, a proposta criaria um contingente de endividados.




Fonte: AE

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