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Internacional
Sexta - 14 de Dezembro de 2007 às 20:33

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Bogotá, 14 dez (EFE).- Cerca de 18.000 armas de antigos combatentes das paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) foram fundidas hoje numa cerimônia comandada pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.

Do metal obtido no derretimento das armas - fuzis e morteiros, em sua maioria -, serão criadas esculturas cuja venda, na Colômbia e no exterior, vai financiar os programas de reinserção dos paramilitares e a indenização de suas vítimas.

A destruição e a fundição aconteceram na sede da Siderúrgica Nacional (Sidenal), no departamento de Boyacá, cerca de 200 quilômetros a nordeste de Bogotá.

As armas fundidas foram entregues pelos 31.671 integrantes das AUC que se desmobilizaram entre meados de 2003 e abril do ano passado, no âmbito de um processo de paz promovido pelo Governo do presidente Álvaro Uribe.

"Pensávamos que essas armas iam nos dar a paz", disse um dos quase 60 desmobilizados que participaram da cerimônia.

Depois de algumas apresentações musicais e do discurso de alguns desmobilizados, indígenas e outras vítimas do conflito, Insulza e outras autoridades, como o alto comissário da Colômbia para a paz, Luis Carlos Restrepo, e o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, se dirigiram ao local da siderúrgica no qual as armas foram incineradas.

Os desmobilizados, assim como voluntários, desfilaram até uma plataforma da siderúrgica e, de lá, jogaram as armas numa caldeira.

Nesse momento, os ex-paramilitares, "numa demonstração de reconciliação", estiveram acompanhados por alguns familiares das vítimas.

Além das armas, os 31.671 membros das AUC entregaram às autoridades 13.117 granadas e mais de 2,1 milhões de balas de diferente calibre, assim como dezenas de centenas de quilos de explosivos.

Liderados por Insulza, vários representantes da OEA ficaram estrategicamente localizados em diferentes setores da siderúrgica, acompanhando todo o processo.

Ao retornarem ao local dos atos protocolares, o secretário-geral da OEA disse que "a conquista da paz em nosso continente é uma grande tarefa".

Ele declarou ainda que estava profundamente "satisfeito" com a destruição das armas, e reconheceu que "ainda restam muitas (delas) no continente em mãos de criminosos e narcotraficantes".

"Os colombianos e os latino-americanos, unidos, querem a paz", acrescentou Insulza.

Por sua vez, o alto comissário da Colômbia para a Paz afirmou que a destruição das armas delimita "o caminho da segurança e da paz".

Restrepo também disse que "as armas legítimas para a defesa dos cidadãos" deveriam estar apenas "nas mãos da Polícia".

Além de Insulza e de Restrepo, assistiram à cerimônia o presidente da Comissão Nacional de Reparação e Reconciliação (CNRR), Eduardo Pizarro Leongómez; o alto conselheiro para a Reintegração, Frank Pearl; e o presidente da Conferência Episcopal e arcebispo de Tunja, capital de Boyacá, Luis Augusto Castro, entre outros.




Fonte: EFE

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