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Nacional
Sexta - 14 de Dezembro de 2007 às 20:09

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Os militares que tocavam as obras iniciais da transposição do Rio São Francisco nos canteiros de Cabrobó e Floresta (PE) deixaram os locais, quatro dias depois de o Tribunal Regional Federal (TRF) do Distrito Federal expedir uma liminar determinando a paralisação do trabalho. Segundo integrantes da Infantaria que trabalham no lugar - e que são impedidos de se identificar -, a decisão provisória chegou apenas no fim da tarde de hoje, o que justificaria o atraso entre a determinação do Judiciário e a suspensão das obras. De acordo com o grupo Articulação São Francisco Vivo, o ofício chegou apenas depois que o Ministério Público Federal (MPF), requerente da interrupção das atividades, enviou-o aos soldados - o governo federal não teria expedido o documento.

Em greve de fome há 17 dias, completados hoje, em protesto contra o projeto, o bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio, não comemorou a novidade e decidiu manter o jejum. "Até que o Estado se pronuncie, oficialmente, sobre o caso, até que as tropas sejam, definitivamente, retiradas, nada muda no meu protesto", afirma.

Em conversa com o bispo de Propriá (SE), d. Mário Rizzi, que o visitou hoje, d. Cappio voltou a manifestar a preocupação com o fato de as obras serem tocadas pelo Exército. "É uma atitude que agride a democracia, ao usar a força das tropas para intimidar as pessoas", afirma. Informações recebidas pela Articulação São Francisco Vivo dão conta que a maioria dos integrantes das tropas continua alocada nas proximidades dos canteiros, apesar de alguns integrantes terem deixado o local.

Hoje, o bispo de Barra recebeu a solidariedade dos três irmãos e e dois cunhados, que, desde o início do protesto, o acompanham em Sobradinho (BA), a 554 quilômetros a noroeste de Salvador. A manifestação de apoio repetiu o ritual do dia 7, quando 25 pessoas passaram 24 horas sem comer em apoio a d. Cappio.

Festas

O apoio da família demonstrou que os irmãos dele não têm a intenção de negociar o fim da greve de fome. "Nosso papel, aqui, é apoiá-lo em seus propósitos até o fim", afirma o aposentado João Franco Cappio, de 71 anos. "Se for necessário, nós mesmos o colocaremos num caixão e levaremos à cidade de Barra, onde ele quer ser enterrado." De acordo com Franco Cappio, a idéia da família é passar as festas de fim de ano com ele no local, se for preciso.

Para amanhã, está previsto o início de uma vigília em apoio a d. Cappio e contra a transposição, sem previsão de encerramento, na Praça da Sé, na capital baiana. O movimento, capitaneado pelo Fórum Permanente de Defesa do Rio São Francisco na Bahia, pretende atrair movimentos sociais diversos em solidariedade ao protesto do bispo.




Fonte: G1

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