Polícia apura interdição de pista a mando de Filadelfo no Pará

A Polícia Civil de Castelo dos Sonhos, no Pará, instaurou inquérito para apurar a interdição da pista de pouso de propriedade das empresas Curuá Energia S/A e Buriti Energia S/A, que pertencem, em sociedade, ao empresário Filadelfo dos Reis Dias, 58, e ao Grupo Bertin. O fechamento do local, segundo um diretor da Gaia Energia, teria sido ordenado pelo empresário e é mais um episódio na batalha jurídica que os grupos Bertin e Dias, de Filadelfo, travam na Justiça.

 

 

Em depoimento, o diretor Maurício Cury de Vecchi contou que 7 toras de madeira foram colocadas na pista de pouso, localizada às margens da BR-163, município de Altamira (PA), inviabilizando a chegada de aeronaves de pequeno porte na região. Ao questionar o responsável pela área, ouviu que a ordem partiu “do chefe”, no caso, Filadelfo.

 

 

Vecchi disse ainda que graças a problemas meteorológicos um acidente de grandes proporções não foi registrado no local. Isso porque uma aeronave de pequeno porte, que se dirigia para a pista das empresas, iria pousar no local. No entanto, por conta das chuvas, o piloto optou por descer no município de Castelo dos Sonhos.

 

 

Filadelfo e os Bertin disputam na Justiça o controle de 3 empresas, mantidas em sociedade. Além da Curuá e da Buriti, os grupos comandam a Mafe Engenharia e Participações S/A. No último dia 9, um mandado de busca e apreensão foi expedido para o recolhimento de documentos nas 3 empresas. Os Bertin acusam Filadelfo de ter desviado das companhias, concessionárias de energia no Pará, mais de R$ 200 milhões.

 

 

A acusação é classificada pela defesa do empresário, que conseguiu reverter o procedimento na Curuá e na Buriti, como descabida. Filadelfo era o diretor das 3 empresas, foi destituído por acionistas e só está no comando das duas cuja busca conseguiu impedir por força de liminar. Na última semana, uma aeronave que estava em poder do Grupo Dias foi apreendida por determinação da Justiça de São Paulo.