Emergentes vão compensar queda de ricos em 2008, diz consultoria
O crescimento da economia dos emergentes compensará, em parte, a forte desaceleração no crescimento das economias mais desenvolvidas, prevista pela EUI.
O crescimento mundial será de 3,1%, menor do que nos dois anos anteriores - 3,7% este ano (projeção) e de 4% no ano passado.
As duas maiores economias do mundo – Estados Unidos e Japão – estão entre as que vão crescer menos em 2008, respectivamente 1,55 e 1,4%. O relatório ainda estima em 40% a probabilidade de a economia americana entrar em recessão.
Os maiores riscos para a economia mundial são as pressões inflacionárias provenientes do aumento do preço dos alimentos e do petróleo e uma queda mais forte do que se esperava no comércio mundial.
Angola é o país que mais vai crescer em 2008 – 21,4%, segundo a EIU – seguido do Azerbaijão (17,4%) e da Guiné Equatorial (11,7%). A China cresce 10% este ano.
A África Subsaariana terá o melhor desempenho desde os anos 70, por causa do aumento na produção mineral e de petróleo. A economia da região como um todo deve crescer 6,4%, inferior apenas à da Ásia (projetada para 6,7%).
O relatório também prevê que o preço do petróleo vai continuar subindo – média de US$ 78,00 em 2008, contra US$ 73,30 este ano – e o dólar vai depreciar ainda mais, cerca de 5% em relação a este ano.
Brasil
A Economist Inteligence Unit prevê um crescimento de 4,5% para a economia brasileira para 2008, com redução do superávit comercial por causa do aumento das importações acima das exportações.
A consultoria, diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sustentando altos índices de popularidade, mas vê poucas chances de progresso na “ambiciosa agenda de reformas” neste ano.
A EIU destaca que as eleições municipais devem estimular os gastos públicos, embora em proporção menor do que a eleição presidencial do ano passado. Mas destaca também que o governo “vai continuar perseguindo uma política macroeconômica ortodoxa, abraçando disciplina fiscal, taxa de câmbio variável e meta de inflação”.
O relatório diz que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai aumentar os investimentos em infra-estrutura e elevar o crescimento acima da média, “mas na ausência de reformas mais profundas os problemas de competitividade vão persistir”.
Na área política, a Economist Inteligence Unit diz que o governo “terá que fazer concessões à oposição para conseguir avançar em medidas fiscais”.
O crescimento da economia neste ano, destaca o relatório, será puxado pela demanda doméstica, e o gasto das famílias, embora menor do que em 2007, deve ser sustentado pelo crescimento real dos salários, emprego e crédito ao consumidor.
Na América Latina como um todo, “instabilidade política e problemas de governabilidade vão restringir o crescimento”. O crescimento da região deve ser de 3,8%, bem menor do que em 2007, de 5,1%.
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