Ex-executivo da Cisco alega inocência e promete ação indenizatória

Ex-vice-presidente da Cisco para a América Latina, Carlos Roberto Carnevali divulgou comunicado nesta quinta-feira (13) no qual alega inocência da acusação de fraude fiscal e promete buscar "o total ressarcimento dos danos morais e patrimoniais sofridos".

Carnevali e mais 15 envolvidos nas investigações da Operação Persona, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em outubro, são réus da Justiça Federal de São Paulo, que aceitou denúncia do Ministério Público. A Polícia Federal investiga um esquema de sonegação fiscal dentro da Cisco brasileira que teria acarretado prejuízos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão ao Fisco nacional.

"Durante os 40 anos que acompanham minha carreira, minhas atitudes sempre foram pautadas por valores éticos e de transparência", afirma Carnevali. Segundo o ex-executivo, há três anos ele não acompanhava de perto os negócios da Cisco no Brasil, devido a seus compromissos em outros países. Ele refuta ainda a acusação de que seria sócio oculto da Mude, empresa distribuidora dos produtos da Cisco no Brasil.

Demissão

"Tomei conhecimento através da mídia e com profunda estupefação de que fora demitido pela Cisco durante o período em que me encontrava custodiado, sem nem sequer haver sido notificado pela empresa", prossegue Carnevali.

Segundo nota da empresa divulgada por ocasião da demissão de Carnevali, seu desligamento ocorreu devido à "natureza das acusações criminais contra ele e também em virtude da auditoria interna promovida pela companhia, a qual encontrou uma falha no cumprimento do Código de Conduta de Negócios da Cisco".

"Nenhuma prática por mim adotada ocorreu sem o total conhecimento, aprovação e controle da matriz da Cisco nos Estados Unidos", responde Carnevali na nota divulgada nesta quinta.