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Economia
Quarta - 12 de Dezembro de 2007 às 19:18
Por: Célia Froufe

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A economia brasileira, medida pelo PIB em dólares, só está atrás hoje da chinesa entre os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, China e Índia), segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas em três anos poderá perder posições e ser classificada como a última da lista deste grupo de quatro países. A projeção foi feita pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, no dia em que o IBGE apresentou que o crescimento do País no terceiro trimestre foi robusto (5,70% ante o mesmo período de 2006) e que várias instituições informaram que pretendem revisar para cima suas projeções para a taxa de expansão em 2007.

De acordo com as estimativas do Fundo, atualizadas em outubro, o PIB da China deverá somar este ano US$ 3,248 trilhões. No mesmo período, o Brasil deve totalizar US$ 1,295 trilhão e a Rússia, US$ 1,223 trilhão. A lanterninha da lista do FMI, selecionando-se os países membros do BRICs, fica com a Índia, com a expectativa de US$ 1,089 trilhão. Respectivamente, essas nações ocupam a terceira, décima, 11ª e 12ª posição global.

Para 2008, no entanto, ainda de acordo com as estimativas do Fundo, o Brasil já deverá perder posição para a Rússia. No próximo ano, o PIB chinês deve somar US$ 3,713 trilhões; o russo, US$ 1,480 trilhão; o brasileiro, US$ 1,450 trilhão, e o indiano, US$ 1,249 trilhão.

De acordo com Agostini, por meio deste quadro é possível identificar que, apesar de o Brasil ter apresentado taxas robustas de crescimento nos últimos dois anos, o desempenho do País ainda fica aquém de seus pares. "Vemos que nos últimos 10 anos (levando-se em consideração a projeção até 2008), por exemplo, que a eficiência da Rússia foi multiplicada por dois", comparou, ponderando, no entanto, a importância do petróleo sobre a economia daquele país. Para ele, entre os períodos selecionados, o mais adequado para se fazer uma análise seja justamente o de 10 anos, porque a economia já estava globalizada e não há contaminação da maior parte das grandes crises mundiais, como a da Ásia.

Índia

Além de perder esta posição para a Rússia, Agostini prevê também uma queda em relação à Índia em 2010. Para isso, ele levou em conta o ritmo do crescimento médio das duas economias no período de 2004 a 2008 (mais uma vez, considerando-se as projeções do FMI para os dois últimos anos) para 2009 e 2010. Enquanto o Brasil apresentou uma expansão média de 4,1%, a Índia cresceu 8,8% no período. "A Índia praticamente cresceu o dobro do Brasil no período e, se isso continuar, a Índia pode passar o Brasil em 2010", comparou.

Todo esse exercício feito por Agostini tem como propósito avaliar que, apesar do desempenho positivo do Brasil nos últimos anos, é preciso analisá-lo de maneira não isolada. "Não adianta só crescer muito. É preciso comparar esse crescimento ao de seus similares", argumentou.

Real

Ele lembrou ainda que o desempenho positivo do Brasil no ranking global nos últimos anos deve-se, em muito, à valorização do real em relação ao dólar. "O Brasil é o País que recebe mais recursos para o setor financeiro entre os emergentes. Isso não chega a ser negativo, mas não é uma informação tão boa quanto a de países que recebem investimentos voltados para o setor produtivo", acrescentou.





Fonte: AE

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