Atentados na Argélia provocaram 72 mortes, diz jornal local
Os atentados com carros-bomba desta terça-feira (11) em Argel deixaram 72 mortos, informou nesta quarta-feira o jornal argelino Al-Watan, que cita fontes médicas.
O último balanço oficial registra que os atentados deixaram 30 mortos, incluindo cinco estrangeiros, e 28 feridos. Uma das bombas atingiu a sede do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Os atentados foram reinvindicados pelo braço da al-Qaeda do Maghreb Islâmico (antigo GSPC), que integra a rede terrorista liderada por Osama Bin Laden.
Angústia e luto
Uma atmosfera de luto e angústia quanto ao reinício de uma nova onda de atentados tomou conta do país nesta quarta-feira.
Os ataques foram os mais graves cometidos contra instalações da ONU desde o atentado com um caminhão-bomba em agosto de 2003 contra a sede da organização em Bagdá, quando morreu o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, confirmou o chefe da Acnur na Argélia, Antonio Guterres.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que pelo menos 11 funcionários da organização morreram no atentado de terça. Ele também deu instruções aos chefes de segurança da ONU e a vários conselheiros que viajassem a Argel para estudar a situação.
Primeiro ataque
O primeiro atentado de terça aconteceu em frente à sede do Conselho Constitucional e da Suprema Corte islâmica. Um terrorista suicida lançou o carro que dirigia, carregado de explosivos, contra o prédio.
O barulho do choque foi ouvido a dezenas de quilômetros de distância, e o impacto da explosão quebrou janelas e vitrines, provocando pânico nas ruas ao redor.
Segundo ataque
O segundo atentado, que ocorreu apenas dez minutos depois, foi realizado por um suicida em um veículo contra escritórios da Acnur e do Pnud situados no bairro de Hydra, bastante protegido, já que abriga residências diplomáticas e as novas sedes dos ministérios da Energia e das Finanças.
ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reforçou nesta quarta-feira (12), na ilha indonésia de Bali, a sua firme condenação aos "covardes" atentados terroristas de terça-feira (11) em Argel, que causaram dezenas de mortos, entre eles 11 empregados da organização internacional.
Ban considerou o indecente "injustificável" e um "ataque covarde a civis que servem aos mais altos ideais da humanidade". Ele afirmou não poder expressar em palavras seu estado de "estupor, raiva e ira".
"Nossos corações estão com as vítimas. O seu sacrifício não pode ser e não será esquecido", disse aos jornalistas o secretário-geral. Ele afirmou que os autores do massacre não escaparão do castigo mais severo possível da comunidade internacional.
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