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Internacional
Quarta - 12 de Dezembro de 2007 às 10:51
Por: Tariq Saleh/De Beirute

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Um atentado a bomba no Líbano matou pelo menos quatro pessoas nesta segunda-feira, incluindo um general do Exército libanês.

A forte explosão, que ocorreu em Baabda, nos arredores da capital Beirute, também deixou dezenas de feridos.

Segundo a imprensa local, o alvo do atentado era o general François al-Hajj, cotado para assumir o comando das Forças Armadas libanesas caso o atual comandante, general Michel Suleiman, assuma a presidência do país.

Al-Hajj era um dos mais respeitados comandantes militares do Líbano. Sua reputação cresceu ainda mais depois do conflito entre o Exército e militantes radicais palestinos do Fatah al-Islam no começo do ano.

Ele foi o chefe de operações durante o conflito, que ocorreu no campo de refugiados palestinos de Naher al-Bared.

O local da explosão fica perto do Palácio Presidencial e é uma área onde estão localizadas várias residências diplomáticas e embaixadas. A explosão deixou vários veículos destruídos, com destroços espalhados em uma grande área.

Crise

O atentado vem em um momento delicado na situação política libanesa. O país está sem presidente desde o dia 23 de novembro, quando o governante pró-Síria Emile Lahoud deixou o cargo depois de nove anos no poder.

A oposição pró-Síria, liderada pelo Hezbollah, e o bloco pró-ocidental governista, que detém a maioria no Parlamento, não conseguem chegar a um acordo para eleger um novo presidente.

O atual comandante das Forças Armadas, general Michel Suleiman, chegou a ser um nome de consenso, mas sua nomeação dependeria de uma emenda na Constituição do país.

Pelo artigo 49 da Constituição libanesa, um servidor público, incluindo militares, só pode assumir cargos políticos dois anos depois de terem deixado seus postos.

Os dois lados divergem nos procedimentos para votar a emenda.

Tensões

O impasse é a pior crise política no Líbano desde o fim da guerra civil (1975-1990). E o atentado aumenta ainda mais as tensões em um país paralisado há mais de um ano, desde o fim da guerra entre o Hezbollah e Israel, no ano passado.

O presidente pró-sírio Lahoud deixou o cargo sem nomear um substituto. A oposição não reconhece o governo do premiê Fouad Siniora e exige sua renúncia.

O bloco governista acusa a Síria de interferir na política libanesa e de estar por trás de uma série de assassinatos de críticos do regime sírio, inclusive o ex-premiê Hafik Hariri, em 2005.

Com a crise política, houve confrontos entre facções rivais e a economia, dependente do turismo, ficou ainda mais fragilizada.

Cerca de 400 pessoas, a maioria soldados e militantes, morreram nos mais de três meses de violência no norte do país, que também provocou a fuga de 35 mil refugiados.





Fonte: BBC Brasil

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