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Polícia Brasil
Quarta - 12 de Dezembro de 2007 às 09:27

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O inquérito sobre a operação Ártemis, deflagrada na semana passada pela Polícia Civil e que desarticulou um esquema de cobrança de propina dentro da 2ª Vara de Execuções Penais de Cuiabá, será concluído amanhã com o indiciamento de várias pessoas, entre elas cinco advogados. Segundo informações, eles foram citados em depoimentos.

Além dos indiciamentos, ainda serão pedidas as prisões preventivas da ex-escrevente Beatriz Árias Paniáguas e da escrevente chefe da 2ª Vara, Vera Lúcia Camargo de Anunciação. Beatriz atuava como "lobista" da quadrilha, fazendo o elo entre os presidiários e a escrivã Vera.

O envolvimento de advogados ainda não foi comentado pelo delegado Gerson Vinícius. Entretanto, segundo ele, um dos estagiários presos durante a operação, Rafael Peres do Pinho, teria recebido dinheiro de um advogado para fazer andar o processo de um preso identificado como "Pedrosa". Neste caso, o advogado deve responder por corrupção ativa. Os nomes dos advogados citados, no entanto, não foram revelados.

As investigações da Polícia Civil começaram há cerca de 3 meses. No dia 4 deste mês a operação foi deflagrada com a prisão de Beatriz, Vera, Rafael, além da escrivã licenciada da 2ª Vara, Maria Dias da Conceição e um outro estagiário, Paulo Henrique Pinheiro Gahyva.

Beatriz Árias seria uma das peças fundamentais no esquema, devido aos contatos que possui com diversos presos e familiares destes. O seu principal contato é o namorado, que está preso em Santo Antônio do Leverger.

Evaldo Santana de Miranda é acusado dos homicídios de Márcio Aurélio Leocádio Rosa e Vanildo Rodrigues da Costa, e apontando em Santo Antônio como um homem extremamente violento.

Beatriz Árias chegou a confessar para a polícia o crime e que repassava dinheiro para a escrivã Vera Lúcia. Beatriz, segundo informações, também citou nomes de advogados.

A propina tinha que ser paga ou, caso contrário, os processos dos presos não tinham andamento na Vara. Na 2ª Vara há hoje mais de 2 mil processos, todos de réus presos. É nesta Vara que é realizado, por exemplo, o cálculo de pena para saber se o preso tem direito a progressão de regime.

Vera Lúcia, representada por Beatriz perante os presidiários, era quem acabava determinando, dentro da Vara, quais processos teriam andamento. Durante os 3 meses de investigação, o delegado afirma que foram confirmados o benefício a 15 presos.





Fonte: Gazeta Digital

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